Filipe Silva (Banco Carregosa): "Não há alternativas melhores"

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geometre18, Flickr, Creative Commons

O Estado português efetuou hoje dois leilões de dívida de curto prazo que “correram bem”, como qualifica Filipe Silva, diretor de Gestão de Ativos no Banco Carregosa. De facto, o Estado colocou esta quarta-feira um total de 1.904 milhões de euros em bilhetes do tesouro com maturidades a 6 e 12 meses, com yields mais reduzidas que as últimas emissões comparáveis, inclusive em território negativo no prazo mais curto.

Foram, portanto, colocados 544 milhões de euros a 6 meses com uma taxa de -0,003% e uma procura que superou a oferta em  85%. Esta taxa compara com os 0,021% conseguidos na emissão com prazo equivalente efetuada em maio do presente ano.

Já a 12 meses, a taxa atingiu os 0,038%, abaixo dos 0,043% do último leilão equivalente. Foram colocados 1.360 milhões de euros, com  a procura a atingir 1,7 vezes a oferta.

“Não sendo a primeira vez que Portugal emite dívida de curto prazo a taxas negativas – até já as emitiu mais negativas -  é o sinal de que este ambiente de baixas taxas de juro, com os países mais prósperos com taxas negativas, faz da a dívida portuguesa uma alternativa menos negativa para os investidores”, refere Filipe Silva.

O profissional é peremptório no racional por detrás das taxas negativas: “Por um lado, não há alternativas melhores, por outro julgam poder ganhar algum rendimento na subida de preço, que compense o cupão negativo”.