Multinacionais norte-americanas: os grandes vencedores da recuperação

Koesterich
Cedido

Às notícias de que a Europa está a recuperar - com indicadores como o PMI de serviços do Reino Unido ou os inesperados dados positivos do PIB de França e Portugal publicados esta semana – também se juntam os sinais de estabilização da economia chinesa. Todos estes “ingredientes” beneficiam claramente um sector: as grandes multinacionais dos Estados Unidos.

 

É assim que pensa Russ Koesterich, responsável de estratégias de investimentos da BlackRock e responsável Global de investimentos para a iShares: "O crescimento melhor do que o esperado nestas regiões é positivo para a economia global, tendo impacto para os investidores americanos. Além de fornecer financiamento para as maiores empresas norte-americanas que resultam em receitas significativas do exterior (como exportadores), a melhoria do crescimento global também é um motivo para aumentar o foco na acções internacionais, que é uma classe de investimento onde muitos investidores norte-americanos têm pouca exposição”.

 

Koesterich aponta três razões para avaliar a importância que os sinais de estabilização e recuperação têm para os investidores (os americanos em particular). A primeira é que o tamanho total do mercado chinês e europeu juntos, correspondem a mais de um terço do PIB global, e "por isso a melhoria destas regiões é fundamental para que a economia global melhore". O segundo motivo é que um crescimento global em aumento será "uma benção para a grande capitalização dos EUA", porque vão melhorar a parte do seu rendimento que tem origina no estrangeiro”.

 

A terceira razão que o especialista da BlackRock e da iShares apresenta baseia-se no sentimento dos investidores: ao estarem baixas as expectativas sobre a Europa e a China, "as surpresas positivas nos dados económicos deveriam ajudar a financiar esses mercados".

 

Com base nestas tendências, Koesterich explica que a gestora onde desempenha funções tem estado a “incentivar” os investidores americanos a concentrarem-se em títulos internacionais."Enquanto que não dizemos que as avaliações nos EUA são exageradas, as acções de muitos dos mercados internacionais estão extremamente baratas em comparação com as norte-americanas".