Morningstar compara os custos de investimento em ETF com os fundos de índice tradicionais

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Manuel Ribadulla Rodríguez, Flickr, Creative Commons

O património dos ETF domiciliados na Europa e dos fundos de índice mais tradicionais, têm crescido consideravelmente nos últimos cinco anos. No entanto, em termos comparativos, os ETF têm crescido mais rápido do que os fundos de índice.

Segundo os dados da Morningstar, no final do primeiro semestre, o total de ETF ascendia a 272 mil milhões de euros, o que representa um aumento de 205% em relação ao primeiro semestre de 2008. Já os fundos de índice mais tradicionais, cresceram 80% nos últimos cinco anos, passando de 134 para 254 mil milhões de euros de património.

O relatório “ Tudo Conta: Comparando os custos de investimento em ETF e em fundos de índice tradicionais”, elaborado pela equipa europeia de análise de fundos da Morningstar, fornece uma análise exaustiva dos custos dos dois produtos e das diferentes classes e sub-classes que existem. O relatório incide sob o custo mais visível dos custos totais: o Total Expense Ratio. Ainda assim, outros custos não são esquecidos no relatório, dando ao investidor a ideia completa dos custos de investimento.
A crescente popularidade dos instrumentos passivos parece ter criado uma guerra da comissões na Europa”, disse José Garcia-Zarate, analista sénior da equipa europeia de análises de fundos passivos da Morningstar. 

Alguns operadores já começaram a cortar as suas comissões nalguns fundos de índice e nos ETF, para torná-los mais competitivos e essa tendência deve continuar. À medida que cresce este sector da indústria, esperamos que os operadores compartilhem economias de escola com os investidores, o que resultaria em comissões mais baixas. Também antecipamos uma redução de comissões mais pró-ativa, gerada pela competência dos operadores para atrair a atenção dos investidores”, afirmou o analista.

A pressão ao nível dos custos, também se estendam, provavelmente, a outras áreas da cadeia de valor, com os operadores de ETF e de índices a fundos a continuarem a procurar formas de reduzir nos custos da licença – como, por exemplo, alterando os índices ou construindo os próprios índices – e também esperamos que os operadores compartilhem essas poupanças com os investidores. Esperamos, igualmente, que essa competência a nível dos custos na gestão passiva se transmite para os fundos de gestão ativa – uma externalidade positiva que irá beneficiar todos os investidores”, continuou José Garcia-Zarate.

Os grandes destaques do relatório

-Em todo o espectro de ações e na maioria das obrigações, os ETF são, em termos médios, mais baratos que os fundos de índices para os investidores do retalho. No entanto, os ETF tendem a ser mais caros do que os fundos de índices para os institucionais

-O rácio dos gastos (TER) médios ponderados por património alcança 0,39% dos ETF, contra 0,73% nos fundos de índices destinados aos particulares e 0,32% nos institucionais.

-O Total Expense Ratio dos fundos de índice e dos ETF de ações diminuiu nos últimos cinco anos. Essa redução deve-se à criação de novos produtos mais baratos. A maior caída aconteceu nos fundos que oferecem maior exposição aos mercados desenvolvidos. Por exemplo, em termos médios, o TER dos ETF com empresas com grande capitalização caiu de 0,4% para 0,32%. Já o TER dos fundos de índice do retalho  passou de 0,96% para os 0,85%.

-As comissões baixaram de forma geral, cerca de 40% no fundos de índice tradicionais de ações europeias de empresas de grande capitalização ainda têm um TER acima de 1%.

-No caso dos ETF, o TER médio ponderado é superior à média simples para a maioria dos produtos de rendibilidades variável (ações) e em todos no que toca aos produtos de rendibilidade fixa (opbrigações). Isto significa que a maioria dos investidores não está a escolher as opções mais baratas, se apenas tiverem em conta o TER. Por exemplo, o TER médio dos ETF de pequena e média capitalização chega aos 0,41%. Este valor sobe para os 0,44% se calcularmos a média ponderada. Da mesma forma, os ETF de obrigações corporativas apresentam um TER médio de 0,21%, enquanto a média ponderada é de 0,23%.

-Na Europa, o Reino Unido é o mercado mais competitivo para os fundos de índice de retalho que oferecem uma maior exposição a ações e obrigações. Depois do Reino Unido, aparece a Alemanha, a França e a Itália.