Moeda brasileira vai desvalorizar até ao fim do ano

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cerqueirat, Flickr, Creative Commons

A última reunião do comité de acompanhamento macroeconómico da ANBIMA foi virada para a trajetória volátil das taxas de câmbio e dos juros. A tarefa de identificar o peso dos fatores externos e domésticos relevantes nesse ambiente e indicar as perspectivas do cenário econômico foi o grande desafio dos economistas que pertencem ao comité.

Política monetário e juros

O consenso entre os economistas do comité, sobre a política monetário, traduziu-se num aumento da meta da Taxa Selic que deverá ser de 0,5 pontos percentuais. A aposta dos economistas nesta decisão baseia-se tanto nas recentes declarações dos representantes da Autoridade Monetária, quanto na avaliação de que esta seria a medida mais provável face à incerteza quanto ao grau do impacto da trajetória da taxa de câmbio sobre o nível de atividade e inflação.

O impacto externo na economia brasileira

Para os membros do comité, a desvalorização do Real em relação ao dólar norte-americano deve ser analisada num contexto mais global. Esse contexto terá de ser visto como a valorização do dólar em relação às moedas nacionais dos países emergentes.

Segundo as previsões do comité de acompanhamento macroeconómico da ANBIMA , a taxa de câmbio 
indica um Real mais desvalorizado no
 final do ano refletindo, assim, um ligeiro pessimismo nas expectativas quanto ao resultado das contas externas.

Para os economistas do comité o ganho de competitividade que a desvalorização deve trazer para o segmento comercial poderá não se reverter em resultados concretos no curto e médio prazo.

Atividade económica

A volatilidade das taxas de câmbio e dos juros afetou as decisões de investimento, o que pode comprometer as perspectivas de crescimento para o segundo semestre do ano e abortar a recuperação que vinha ocorrendo nos primeiros meses de 2013, segundo o comité.

Para o comité da ANBIMA, a taxa de desemprego está a aumentar, chegando aos 5,8%. Já as previsões para o crescimento do PIB ,em 2013, são bem mais pessimistas, não ultrapassando os 2,1%, bem abaixo das previsões do FMI no seu último relatório apresentado (2,5% para 2013 e 3,2% para 2014).