Mercados Fronteira: uma forma de potenciar a exposição a emergentes

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Os mercados fronteira poderão ser considerados por alguns investidores como uma moda, mas para a Schroders o importante é aclarar aos investidores de que tipo de países falamos, quais as suas expectativas e qual o posicionamento que devem estes mercados ter numa carteira.

Na última década, os mercados emergentes têm tido um desempenho extraordinário, mas a volatilidade dos últimos 12-18 meses tem causado alguma preocupação nos investidores. Na verdade, os mercados emergentes obtiveram retornos abaixo dos mercados desenvolvidos nos últimos três anos. Já “os mercados fronteira aparecem descorrelacionados de ambos e, muito embora, se insiram dentro dos primeiros, apresentam fundamentais muito sólidos que os colocam como tendência de investimentos dos próximos 2-3 anos”, refere Mário Pires

Fundamentais sólidos

O índice de referência utilizado para estes países – MSCI Frontier Markets – abrange 25 países da Ásia, Leste Europeu, África, América Latina e Médio Oriente. Sobressaem as características comuns de países com pirâmides etárias jovens, recursos naturais e uma capacidade para a auto-suficiência e baixos custos de mão-de-obra. Assim, a atractividade é inegável tando do lado da oferta de produto pelo número elevado de potenciais consumidores, como do lado do fabrico em que os mercados fronteira passam a substituir o tradicional made in China dos últimos anos. A partir de agora, o normal será made in Bangladesh, made in Vietnam, etc.

Neste sentido, “nas nossas expetativas a oportunidade de investimento parece mais evidente nos mercados fronteira que nos mercados emergentes, e apontamos para um crescimento económico destes mercados acompanhado por um crescimento dos lucros das empresas locais”, afirma Mário Pires. A contribuir para esta visão positiva está também o facto de ainda existirem muitos menos analistas, a nível global, a observarem estes mercados do que outras regiões. “Repare-se que por exemplo a percentagem investida em mercados fronteira por fundos emergentes é muito baixa”. Naturalmente que, na Schroders, “isto não se verifica pois estamos cada vez mais a usar os fronteira como complemento dos emergentes”, acrescenta o diretor de clientes institucionais da gestora britânica.

A que tipo de investidor se adequam os mercados fronteira?

“Quanto a nós, para aquele investidor que já conhece o risco dos emergentes e já tem exposição a estes, faz todo o sentido complementar a sua alocação com os mercados fronteira. Seguindo uma lógica de diversificação, estes compensarão correcções dos primeiros”, sublinha Mário Pires, dando como exemplo o passado mês de janeiro em que “os emergentes recuaram cerca de 6 a 8% enquanto os fronteira subiram cerca de 5%”.

O produto: Schroder ISF Frontier Markets Equity

A Schroders lançou o fundo harmonizado de mercados fronteira em 2010 e, o especialista confessa que não foi uma história fácil de contar ao início até porque foi conotada como demasiado arriscada. “Foi necessário desmistificar”, afirma Mário Pires. Contudo, no presente, fatores como as valorizações atrativas, o dividend yield mais elevado, performance e a descorrelação não só com os mercados emergentes mas também entre si tem atraído gradualmente a atenção dos investidores. No entanto, o especialista reitera a ideia de que se trata de um produto que faz sentido para quem já conhece o risco dos emergentes e que queira complementar essa alocação, ou seja, "imaginemos uma exposição de 5% a emergentes, 10-15% dessa exposição poderiam ser destinados aos mercados fronteira”, exemplifica.

Por último, tratando-se de um fundo UCITS providencia liquidez diária o que pode parecer um desafio perante mercados aparentemente ilíquidos. Para isso a Schroders desenvolveu um modelo de análise de forma a adequar, diariamente, a liquidez ao volume de ativos sob gestão. “Através deste modelo temos vindo a verificar que o crescimento da liquidez destes mercados é superior aos volumes de transacção do fundo, o que nos deixa confortáveis”, explica Mário Pires.

Atualmente, o fundo tem cerca de 676,11 milhões de euros sob gestão e um active share que ronda os 70-80%. O fundo tem uma rendibilidade anualizada a três anos de 18,01% e a um ano de 27,95%, de acordo com dados de 7 de março da Morningstar.