Mercados Emergentes são uma classe de activos 'core' nas carteiras

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Há mais de dez anos, quando começou a trabalhar em mercados emergentes, era exótico investir em México. Hoje em dia há uma evolução imensa e as oportunidade de investimento estão em países como a Nigéria ou Gana. A UBS AM aposta em diferentes estratégias de investimento em dívida de mercados emergentes.

O processo de investimento em mercados emergentes é diferente requerendo uma constante monitorização, pois é uma classe de activos que pode ter um retorno elevado, mas também tem um risco superior a outras, salienta Uta Fehm. Nos próximos tempos, "deveremos ter em conta, também, a inflação em alguns dos mercados emergentes". Historicamente, "ainda temos uma exposição em níveis reduzidos a emissões em moeda local e dada a nossa perspectiva positiva temos aumentado essa exposição precisamente, porque no curto prazo, próximos 12/18 meses vemos mais retorno nas emissões em moeda local do que em dólar", explica a gestora, apesar de acrescentar que isso não significa uma perspectiva negativa relativamente a obrigações denominadas em dólares.

O aumento generalizado do apetite dos investidores por activos de risco foi uma consequência de uma visão de curto prazo mais benigna relativamente à crise da dívida soberana na Europa e assistimos a um estreitamento considerável dos 'spreads' no quarto trimestre de 2012. Isto ocorreu apesar do declínio económico nos mercados desenvolvidos e as dúvidas em torno do crescimento da China. Neste sentido, e devido a uma melhoria dos fundamentais nos mercados emergentes, na UBS AM consideram que ainda existirão, no médio prazo, 'spreads' atractivos nestes mercados. Quanto às 'yields' e, tendo com base as mesmas razões, a gestora suíça observa que estas ainda se situam em níveis relativamente baixos, estimando-se que terminem 2013 em níveis consideravelmente superiores.

Relativamente à existência de uma bolha nos mercados emergentes, Uta Fehm refere que essa é uma dúvida comum quando se tem um olhar externo sobre esta região. A verdade é que se tratam de mercados com uma forte melhoria económica, levando a que os investidores os reconheçam, hoje, como uma classe de investimento crucial na alocação de activos das suas carteiras. Assim, a gestora de mercados emergentes do UBS Asset Management, considera que não existe uma bolha no sentido em que existam demasiados investidores com posições nos mercados emergentes, muito pelo contrário, há ainda muitas carteiras infraponderadas a esta classe de activos.

Uta Fehm particulariza o investimento em mercados emergentes, afirmando que não é comparável com outras regiões e que essa diferença é visível do ponto de vista técnico e económico. A região apresenta fundamentais estáveis, tendo nos últimos dez anos, apresentado "uma evolução impressionante". No mercado de dívida, hoje, têm emissões em moeda local três vezes superiores às que têm em dólares; 60% dos países têm uma qualidade creditícia de 'investment grade' quando há 15 anos apenas 2% tinham esta classificação.

Finalmente, Uta Fehm refere que "uma recuperação da Europa e da crise da Zona Euro levará mais a um fortalecimento da confiança dos investidores do que a um desinvestimento e migração de recursos dos mercados emergentes para a Europa".