Melhoria dos mercados na última semana não afasta volatilidade

O sentimento no mercado melhorou um pouco, na última semana, depois de um turbulento mês de agosto, com a generalidade dos mercados a estabilizarem na sequência da promessa das autoridades Chinesas em fazerem o que for necessário para suportar o crescimento.

A determinação demonstrada, quer pelo governo, quer pelo Banco da China, em impedir o abrandamento económico com a utilização de todos os estímulos que forem necessários, assim como o compromisso em como o CNY não irá ser utilizado como ferramenta para ajustamentos que permitam melhorar a competitividade, foi bem acolhida pela generalidade dos investidores.

O ministro das Finanças Chinês afirmou o seu compromisso de reforço das políticas fiscais, do aumento da despesa com infraestruturas, assim como irá aumentar a rapidez da reforma fiscal, tudo isto de modo a suportar o crescimento.

As bolsas europeias reagiram em alta, com dados mais fortes do que o esperado, acalmando preocupações com a desaceleração do crescimento global. O PIB dos 19 membros da Zona Euro cresceu 0,4% no segundo trimestre em relação ao primeiro e foi 1,5% maior, face ao mesmo período de 2014, a partir de uma estimativa anterior de 1,2%, com as exportações a ajudarem a sustentar o crescimento no segundo trimestre, provavelmente refletindo as medidas de estímulos do BCE.

No Japão, a alta volatilidade marca as últimas semanas do índice Nikkei. Na terça-feira registou um ganho espetacular, o maior desde outubro de 2008, ao subir 7,71%, para no dia seguinte registar uma descida de 2,5%. Esta volatilidade foi desencadeada pela crise da bolsa Chinesa, sendo natural que se mantenha assim até à reunião da Reserva Federal da próxima semana.

Tal como esperado pelos analistas, o Banco Central da Nova Zelândia desceu a sua taxa em 0,25 para os 2,75% e deixou indicações que mais descidas podem ocorrer a curto prazo. Surge assim a reação à forte descida verificada nas exportações e a consequente descida do NZD. Como resultado, o Dólar da Nova Zelândia desceu mais de 2% face ao Dólar Americano e parece clara a intenção do Banco Central em manter a sua divisa com menos valor.

Um pouco surpreendentemente, foi a agência de notação financeira S&P que desceu para lixo a dívida soberana Brasileira. A decisão só surpreende porque não era esperada no imediato. A descida de BBB- para BB+, com outlook negativo, antecipa um movimento esperado e a possibilidade de mais agências poderem descer o seu rating, deixa aberta a porta para a possibilidade de se atingir o nível mais baixo de sempre do BRL face ao USD nos 4,00.

(imagem: Simon Cunningham, Flickr, Creative Commons)