Medidas anunciadas pelo governo “terão a médio prazo impacto menos recessivo”

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Sébastien Bertrand, Flickr, Creative Commons

 

As medidas anunciadas ontem  pelo governo para compensar os cerca de 1,3 milhões de euros que representavam as anteriores, chumbadas pelo Tribunal Constitucional, são um “mal menor” e menos recessivas tendo em conta o foco na despesa.

“Ao cortar ‘do lado da despesa’ considero que as novas medidas terão, pelo menos a médio prazo, um impacto menos recessivo. Irão obrigar a maquina estatal a ajustar a sua produtividade, tal como o fizeram de forma notável uma grande parte das empresas em Portugal”, referiu Diogo Teixeira, CEO da Optimize Investment Partners, à Funds People Portugal.

Na opinião do gestor, estas são “um mal menor como qual podíamos contar”,  tendo em conta que “existem poucas boas opções para dar resposta às exigências de uma troika que continua a negar as realidades de politicas de austeridade, que mostraram a sua ineficácia na resolução dos desequilíbrios orçamentais”.  Como tal, acrescenta, as novas medidas escolhidas pelo governo tinham de responder a três prioridades, concretamente, “limitar o seu impacto recessivo, manter uma triste ‘igualdade de sofrimento’ entre os portugueses, procurar inverter a subida do desemprego”.

Isto porque, qualquer novo aumento da carga fiscal, a acrescentar ao “choque já sofrido pelos contribuintes este ano, teria tido consequências dramáticas para o consumo de bens e serviços nacionais, com as suas consequências previsíveis sobre o emprego de milhares de pequenos comércios”.

Entre as medidas apresentadas ontem, em conferência de imprensa, o CEO da Optimize destaca, nomeadamente, o “solicitar as PPP para um esforço significativo”, o que considera ser “uma opção sensata”. O nosso país, sublinha, “não tem capacidade para sustentar ‘rendas de situação’, tal como as definiu o economista Robert Tollison”, e,  “quando o ‘interesse superior da Nação’ o exige, têm de ser tomadas opções que nem sempre satisfazem todos os interesses individuais, mas permitem que o bem comum seja mantido”.