Leilão de dívida com a taxa mais baixa desde agosto passado

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Rbanks, Flickr, Creative Commons

O IGCP realizou esta quarta-feira de manhã no mercado primário dois leilões de obrigações com vencimento em 2022 e 2027. Portugal conseguiu juros mais baixos no duplo leilão de dívida de longo prazo, “com uma emissão de dívida a 10 anos que teve a taxa mais baixa desde agosto do ano passado, o que é uma taxa muito favorável”, realça Filipe Silva, diretor da gestão de ativos do Banco Carregosa.

A cinco anos o IGCP colocou 500 milhões de euros a uma taxa de 1,198%, com uma procura de 3 vezes a oferta. A 10 anos, por seu lado, o montante emitido foi de 750 milhões de euros, com uma taxa de 2,851%, e uma procura que foi quase o dobro da oferta.

Conjugação de factores

O profissional da gestão de ativos do Banco Carregosa realça também que “voltámos a conseguir emitir dívida a 10 anos com juros abaixo dos 3%, que é claramente uma taxa mais baixa do que a taxa média da nossa dívida”. Esta descida de juros é justificada por Filipe Silva por causa de uma série de factores “incluindo as compras do BCE”, embora considere também que “uma boa parte se deve ao reconhecimento, por parte dos investidores, dos bons dados económicos divulgados recentemente sobre Portugal”.

Esta foi uma emissão “claramente abaixo do custo médio da dívida portuguesa”, e por se tratar de “dívida de longo prazo esse facto beneficia os encargos do país”, enfatiza o diretor da gestão de ativos. Para o profissional esta trata-se mesmo da “emissão mais baixa que temos no mercado”.