Japão no caminho certo em direção ao aumento de impostos

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d o l f i, Flickr, Creative Commons

As evidências em relação à melhoria económica do Japão já são algumas. Os dados encorajadores relativos à inflação do país, tal como as informações sobre os números de desemprego, são indicativos desses mesmos progressos. Taku Arai, Product Manager de ações japonesas da Schroders, lembra que apesar de ainda existirem “preocupações em relação ao desvanecimento do yen durante o ano passado, e relativamente à redução da procura por causa do aumento de impostos que aconteceu a 1 de abril”, a entidade continua positiva “nas tendências de reestruturação de longo prazo do Japão”, mais concretamente “no processo de combate à deflação”.

Um indicador chave do sucesso inflacionário no país é comprovado pela inflação dos preços no consumidor, que subiu 1,3% em fevereiro. Mais importante ainda é o facto da inflação base ter aumentado 0,8%, o que representa “o crescimento mais rápido da última década”.

Relativamente aos dados de desemprego, o especialista da entidade relembra que “a taxa de desemprego caiu para um mínimo histórico dos últimos seis anos, de 3,6%”. “O aperto das condições do mercado de trabalho deve fornecer pressão para que os salários aumentem, o que se espera que suporte o contexto inflacionário no país”.

Preocupações já incluídas nos preços

No passado dia 1 de abril o imposto sobre o consumo aumentou de 5% para os 8% no país, sendo este o primeiro aumento de impostos em 17 anos. O especialista da Schroders refere que “embora tal aumento tenha dominado as notícias e tenha provocado um sell-off no mercado acionário, com preocupações relativas aos resultados das empresas no quarto trimestre ”, na gestora sentem que “esses medos, em certa medida, já fora incluídos nos preços das ações”.

Apesar de se esperar que o consumo abrande no período compreendido entre abril e junho, Taku Arai está crente de que esta “será uma interrupção de curto prazo, e o mercado pode estar a ter uma reação exagerada”. O profissional da Schroders volta a reiterar que “as tendências de reestruturação de longo prazo para uma saída do ciclo de deflação, o apertar das condições do mercado de trabalho e a recuperação dos níveis de gastos das empresas, continuam em andamento”.