Indicadores do valor do capital de risco nacional em 2016: as subidas e as descidas

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ARNAUD_Z_VOYAGE, Flickr, Creative Commons

2016 foi um ano de altos e baixos para os indicadores do valor de capital de risco em Portugal. Este instrumento de financiamento complementar ao crédito, é caracterizado pela maior facilidade e rapidez de acesso a capitais alheios, mas não exige o mesmo tipo de garantias ou encargos e tem a vantagem de trazer consigo a experiência e a rede de conhecimentos do promotor. Os cinco indicadores apresentados no relatório anual da atividade de capital de risco, da CMVM, permitem calcular os resultados obtidos com este tipo de investimento.

Em relação ao valor sob gestão, este aumentou 11,3% em 2016 (€ 454,4 milhões), situando-se em 4,5 mil milhões de euros no final do ano, o que corresponde a 2,4% do PIB a preços correntes. Este aumento foi impulsionado pelos FCR, que apresentaram um crescimento de 450,4 milhões de euros no ano. Já nas SCR, o valor sob gestão aumentou 1,9%.

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Situação semelhante ocorreu com os ativos sob gestão, com um incremento gerado principalmente pelos FCR e um crescimento de 427,7 milhões de euros. Fixou-se o total de ativos sob gestão dos operadores nacionais de capital de risco em 4,6 mil milhões de euros, mais 430,9 milhões que no final do ano anterior.

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Já o valor do setor atingiu no final do ano passado 4,2 mil milhões de euros, com a componente de capital não realizado a atingir 15,9% do total. No entanto, esta percentagem foi inferior à do ano anterior, de 19,4%, embora os especialistas acreditem que “sinaliza o potencial de investimento futuro, isto é, montantes angariados aos investidores que podem ser conduzidos para realização de investimentos”. As participações sociais corresponderam apenas a um em cada quatro euros do valor disponível para o setor, enquanto os outros investimentos atingiram 59% do valor do setor.

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Também o valor do investimento do capital de risco nacional diminuiu 4,3% em 2016, passando para 3,6 mil milhões de euros, devido sobretudo à quebra nos FCR, cujo investimento diminuiu 4,2%, ou seja, menos 151,5 milhões de euros. Nas SCR também houve uma diminuição de 7,7%. O valor líquido global dos fundos atingiu 4.793,6 milhões de euros no final do ano, um aumento de 23,5% face ao final de 2015.

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No final do ano de 2016 operavam no setor de capital de risco português 38 sociedades – Sociedades de Capital de Risco, Sociedades Gestoras de Fundos de Capital de Risco e Sociedades Gestoras de Fundos de Investimento – e 85 FCR. Na verdade, os fundos de capital de risco mantêm um peso superior à participação direta das sociedades de capital de risco, que em 2016 tiverem um peso de investimento direto inferior ao do ano anterior. Encontrava-se distribuído pela participação no capital de 41 empresas e pela aquisição de unidades de participação de 29 fundos de capital de risco.

Os ativos geridos diretamente por SCR eram de 44,9 milhões de euros, sendo que cerca de 71% das SCR realizaram os seus investimentos atuando simultaneamente de forma direta e através de FCR. Os 4,2 mil milhões de euros sob gestão detidos por esses FCR representavam 94,8% do valor total do setor.

O montante médio dos ativos sob gestão dos FCR em atividade no final do ano situou-se em 51,7 milhões de euros, mais 4,1 milhões que no ano transato. Apenas 17 FCR detinham ativos com um valor superior à média do setor.