Importância do sector de fundos de investimento é reduzida em Portugal

29091910144_3410f72eb7_z
Michael Thuemmler, Flickr, Creative Commons

O sector de fundos de investimento revela pouca importância no panorama nacional, esta é a conclusão do relatório anual sobre a atividade da CMVM e sobre os Mercados de Valores Mobiliários elaborado pela Comissão do Mercado e Valores Mobiliários relativamente a 2016.  Segundo a publicação, enquanto que nos Estados Unidos o investimento per capita foi superior a 54,8 mil euros, em Portugal este foi de apenas dois mil euros.

De facto, o peso do sector na economia e poupança nacional não vai além dos 12%, um valor bastante mais baixo quando comparado com países como os Estados Unidos ou Austrália, nos quais “o valor do sector é semelhante ao do PIB”, pode ler-se no relatório.

O valor médio sob gestão dos fundos nacionais, por sua vez, revela ser bastante mais baixo quando comparado com países europeus como a Alemanha ou França. Enquanto que em Portugal o valor médio é ligeiramente superior a 50 milhões de euros, na Alemanha e em França esse valor sobe para 314 milhões de euros e 163 milhões de euros, respetivamente. A diferença é ainda maior se olharmos para o valor médio sob gestão dos fundos norte-americanos, que ascendeu a 1.750 milhões de euros.

Por outro lado, segundo a publicação, o valor dos depósitos bancários em Portugal é superior ao valor dos ativos sob gestão dos organismos de investimento coletivo. Ainda que este seja um contexto que se verifica em toda a Europa Continental, nos Estados Unidos os valores apresentados por cada instrumento financeiro são comparáveis.

A publicação revela, ainda, que cerca de metade (19,7 biliões de euros) do valor sob gestão de fundos de investimento mundial era detido por entidades sediadas nos Estados Unidos, enquanto que o valor de ativos geridos por entidades europeias ascendia apenas a 13,7 biliões de euros. Por outro lado, o valor sob gestão de fundos de investimento na Europa estava concentrado em cinco mercados – Alemanha, França, Irlanda, Luxemburgo e Reino Unido – sendo que o valor gerido por fundos alemães e irlandeses registou um crescimento anual superior a 9%.