HARDCO(upé)RE…!!

É impossível ficar indiferente à estética irreverente deste Mini Coupé... Um design cheio de estilo e carregado de um 'cool factor' ao melhor género das marcas 'premium'. 😉

De perfil, começou por me fazer lembrar a primeira geração do Audi TT, com o seu habitáculo 'claustrofóbico', cantos arredondados, tecto rebaixado e janelas tipo 'escotilha'!

No primeiro contacto com este Mini, a sensação que de imediato me invadiu foi a de solidez de todo o conjunto! Portas pesadas, comandos de tacto firme e um facilmente perceptível rigor de montagem (ao melhor estilo BMW).

Tirando um ou outro plástico menos bom, o interior é bem construído e agradável à vista... excepção feita para uma chapeleira barulhenta e para o exagero posto na concepção do velocímetro, tão grande que acho que já cozinhei em frigideiras mais pequenas!!

O conta-rotações (com velocímetro digital) posicionado imediatamente atrás do volante, acentua a toada 'dinâmica do modelo e é de fácil leitura... Gostei!

Os bancos é que podiam ser um bocadinho melhores... não tanto por falta de apoio lateral, mas por serem 'curtos' no assento e por não permitirem regulação da inclinação da metade inferior do mesmo.

Chave encaixada, botão de 'Start' pressionado e ..... surpresa! O 2.0 litros diesel de 143cv não soa a gasóleo! É verdade! Acho que a sonoridade de escape (desportivo) foi trabalhada nesse sentido e tem um som até bastante agradável ao ouvido. A compor ainda mais o 'ramalhete', está o silvo omnipresente do turbo, que enche o habitáculo logo a partir das 1500/1600rpm.... how cool is that?? 😉

Acelerador com uma resposta mais do que pronta, um motor ávido por rotação (sobe de forma despreocupada para lá das 4500rpm), uma direcção hiper-directa e uma caixa 'curta' qb.... Temos máquina!

Logo nos primeiros quilómetros (e fiz mais de 500), fiquei rendido à disponibilidade do motor e à facilidade desconcertante com que este pequeno Mini ganha velocidade... Menos encantado fiquei foi com um nível de desconforto em qualquer estrada de qualidade abaixo de... pista!

Equipado com pneus 'run-flat', afinação agressiva de suspensões e jantes de 17 polegadas, o Cooper SD  é assim, digamos... a atirar para o cepo!  

Obviamente, e nas condições adequadas, esta dureza transmite-se numa eficácia tremenda e rapidamente se atingem níveis de diversão ao volante capazes de nos deixar rugas de tanto sorrir! A direcção é muito rápida, do género 'penso-viro-já fui' e com um adornar mínimo da carroçaria, fazem-se curvas muito, mas muito depressa!

Se se abusa do acelerador em curva, o generoso binário de 305Nm não facilita a vida ao trem dianteiro e obriga a levantar um pouco o pé para evitar alargamentos desnecessários de trajectória. Se 'provocado', a traseira pode ajudar rodando um pouco, colmatando assim alguma (pouca) subviragem.

Em ritmos de passeio, há que dar graças à presença do 'cruise-control', uma vez que a facilidade com que se atingem ritmos proibitivos é grande, quer pelo bom isolamento acústico, quer pela excelente estabilidade evidenciada.

Em termos de consumos, os 7.1 l/100  exibidos pelo computador de bordo ao fim de +500km, com velocidades médias em AE a rondar os 140km/h, não me parecem maus de todo e fico com a sensação que nos 'legais' 120, os consumos poderiam andar mais perto dos 6 l/100 (ainda assim, muito longe dos 4.3 l/100 anunciados pela marca)

Este Cooper SD deixou-me uma boa impressão geral e após 48h de contacto com este mini 'TT',os meus 'likes' vão para; o comportamento desportivo, as prestações do motor e o design.... a encabeçar os 'menos'; medalha de ouro para o (des)conforto, a concepção do interior e os consumos elevados!