Fundos de Pensões Portugueses fecham semestre com ‘performance’ negativa no mês de Junho

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“No primeiro semestre do ano os fundos de pensões Portugueses obtiveram uma rendibilidade mediana estimada de 1,6%, resultado impulsionado pela performance dos mercados accionistas”, referiu Ana Rodrigues, consultora da Mercer.

Estes sofreram, durante o mês de Junho, o impacto negativo causado pelo anúncio do Fed, relativo à redução dos programas de compra de dívida de longo prazo, e pela decisão do Banco da China em deixar de conceder liquidez ilimitada ao sistema bancário chinês, de forma a controlar a concessão de crédito e travar a bolha no sector imobiliário.

“A performance das obrigações (a maior componente das carteiras) teve um efeito praticamente neutro na rendibilidade dos fundos de pensões, em particular com a subida das ‘yields’ nos últimos dois meses do semestre a anular praticamente os ganhos obtidos nos primeiros meses do ano”, explicou a consultora da Mercer.

Na verdade, no mercado de obrigações, os efeitos das decisões dos bancos centrais americano e chinês tiveram impacto na evolução das yields dos títulos de dívida pública dos EUA e Alemanha e nos prémios de risco exigidos à dívida dos países da periferia da Europa. A ‘yield’ das obrigações de dívida privada da Zona Euro com qualidade de crédito AA e maturidade superior a 10 anos, índice de referência para as taxas de desconto dos fundos de pensões, era de 3,0% no final do mês de Junho. No final de Maio esta taxa era de 2,8%, indicava o comunicado.

Em suma, Ana Rodrigues comentou que “a volatilidade das rendibilidades ao longo do semestre foi elevada, fruto de um conjunto de eventos (acontecimentos no Chipre, eleições italianas, política monetária dos EUA, entre outros) que provocaram variações significativas nas yields (e retorno) das obrigações e provocaram também alguma incerteza nos mercados accionistas nos últimos meses”.