Fundos de obrigações na “linha de água” em maio

barco_en_lisboa
f0ff0, Flickr Creative Commons

Depois de vários anos em que o fundos de obrigações ‘lideraram’ o mercado, o ano de 2015 está a revelar-se um “volte face” para esta classe de ativos. Nos últimos meses temos assistido a diversas correções no mercado obrigacionista, não constituindo o mês passado uma exceção.

Os 25 fundos de investimento que compõem as categorias Fundos de Obrigações Euro, Fundos de Obrigações Taxa Indexada e ainda Fundos de Obrigações Internacionais da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP) registaramem maio, uma rendibilidade média negativa na ordem dos 0,33%, de acordo com os dados disponibilizados pela Morningstar através da sua plataforma.

Já no início do ano Brigid Jackson, client portfolio manager da equipa de obrigações da J.P.Morgan Asset Management confidenciava à Funds People Portugal que as “yields estão muito reduzidas, registando o valor mais baixo dos últimos dez anos”, deixando a sua expectativa para “uma subida da volatilidade durante este ano”.

Dos 25 produtos, apenas quatro conseguiram “sorrir” no mês de maio, embora com rendibilidades residuais. O fundo que maior rendibilidade apresentou no quinto mês do ano foi o Montepio Obrigações, gerido pela Montepio Gestão de Activos. Este produto atingiu uma rendibilidade de 0,3% e no final do mês passado tinha quase 10 milhões de euros em ativos sob gestão. Nos maiores investimento em carteira, encontramos títulos de dívida pública portuguesa e ainda dívida corporativa de cotadas nacionais e algumas europeias.

A linha de água é perto de 0,1%

Com 0,08% surge o CA Rendimento. Gerido por Fernando Nascimento, o fundo da CA Gest tem vindo a crescer ao longo dos últimos dois anos. No final de abril os seus ativos sob gestão ultrapassavam os 400 milhões de euros, com a dívida pública nacional a ser a maior posição da carteira. Nas restantes posições do top 5 encontramos cotadas que vão desde da CGD à multinacional Coca-cola, passando pela portuguesa Tagus e pela Telecom Italia.

Mais virado para os títulos de dívida pública surge o BBVA Euro Cash. Gerido pela BBVA Asset Management, o fundo atinge em maio ganhos de 0,04%. A sua carteira, no final de abril, é maioritariamente composta por títulos de dívida soberana, com destaque para os países periféricos como Itália e Espanha. Também a dívida corporativa entra “nas contas” do fundo, com evidência para emissões da Volkswagen ou do Santander. No final de maio o fundo totalizava mais de 12 milhões de euros em património.

A fechar este rol de produtos surge um fundo gerido pela Caixagest: o Caixagest Obrigações. Em maio a sua valorização foi de 0,02% e, no final de abril, o seu património ascendia a 240 milhões de euros. Entre as posições com maior peso na carteira, encontram-se Floating rate notes (FRN) de entidades como a própria Caixa Geral de Depósitos, a Goldman Sachs ou o Abbey Natural Treasury.

Os quatro "positivos" de maio

Fundo Gestora Rendibilidade maio (%)
Montepio Obrigações Montepio Gestão de Activos 0,32
CA Rendimento Crédito Agrícola Gest 0,08
BBVA Euro Cash BBVA Asset Management 0,04
Caixagest Obrigações Caixagest 0,02
Fonte: Morningstar no final de maio