Fundos de alocação ganham com o boost dos mercados emergentes

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michaeljosh, Flickr, Creative Commons

Os fundos de alocação pode dizer-se que são compostos pelo melhor de vários mundos. A Morningstar, por exemplo, define em termos conceptuais que os portefólios de alocação procuram providenciar tanto apreciação de capital como retorno, investindo em três grandes áreas: ações, obrigações e liquidez.

Nesta tentativa de ir buscar retorno a áreas distintas dentro de um mesmo portefólio, verifica-se que no ano de 2016 a categoria de fundos alocação (entre o total de produtos distribuídos para venda em Portugal) que conseguiu um melhor retorno total médio em euros no ano passado foi a de ‘Global Emerging Markets Allocation’. Tal como já tinha acontecido nos produtos de ações, nos de obrigações e ainda nos alternativos, também os fundos de alocação “beberam” da boa performance que os mercados emergentes, em geral, conseguiram no ano transacto.

No entanto, a categoria que inclui o fundo mais destacado de entre os produtos mistos no ano passado foi a de ‘Other Allocation’ que conseguiu um retorno total máximo em euros superior a 57%. Na esfera oposta – categoria com retorno total mínimo em euros – aparece o universo de fundos composta pelos ‘flexible allocation – Global’.

Rentabilidade das Categorias de allocation - 2016

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A ‘outra alocação’ foi do Brasil

No fundo mais rentável da categoria allocation assim definida pela Morningstar – apesar de pertencente à sub-categoria ‘Other Allocation’ – também se pode dizer que a sua performance refletiu a boa forma de um país emergente. Tal como o próprio nome do produto sugere, o BPI Brasil foca-se em títulos de dívida pública e ações de empresas representativas dos principais sectores de atividade da economia brasileira. O produto gerido por João Caro Sousa conseguiu um retorno total de 57,21% em euros no ano passado. Na ficha mensal de dezembro referente ao produto, o gestor lembra o que impulsionou a performance do produto: “O ano de 2016 foi um ano bastante positivo para o mercado brasileiro. Este foi um dos mercados com melhor performance no ano e o real brasileiro uma das moedas com melhor comportamento contra o dólar e contra o euro”.

Também a dar o impulso já descrito sobre a categoria “other allocation” esteve mais um fundo Brasil, também ele domiciliado em Portugal. Falamos do Banco BIC – Brasil, a cargo da Dunas Capital, que no ano passado alcançou um retorno de 22,98% em euros no período. Na ficha de produto referente ao último mês de 2016, podia ler-se que “no Brasil o risco político foi majorado diante de novos depoimentos da Odebrecht, onde a alta cúpula do PMDB foi citada envolvida com propinas”. Referiam, igualmente, que esse facto “aumentou a probabilidade de presidente Michel Temer não termine o seu mandato”.

Fundos de componente internacional

Os outros fundos mais rentáveis pertencentes à categoria ‘allocation’ são de casas internacionais. Destaque por exemplo para o Templeton Emerging Markets Balanced, gerido pela Franklin Templeton Investments, que  apresentou um retorno de 19,47% e confirma a resiliência que os mercados emergentes tiveram no ano passado.

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