“Fizemos um grande trabalho educacional junto dos players portugueses sobre ETFs”

Iv_C3_A1n_Pascual
Cedida

Desde julho de 2010, altura em que a BlackRock começou a introduzir ETFs em Portugal, à data exclusivos aos clientes institucionais, ou seja, no denominado private placement, que a colocação destes produtos no país tem vindo a crescer. Iván Pascual, diretor de vendas da iShares para a Ibéria, reiterou essa ideia aquando de uma recente visita a Lisboa, onde voltou a afirmar que “Portugal tem um conhecimento muito bom acerca dos Exchange Traded Funds”, lembrando que “os investidores portugueses recorrem mais aos ETFs comparativamente aos espanhóis”.

Ainda que na perspetiva do especialista o “entrosamento” dos investidores nacionais seja cada vez maior com este tipo de produto, Iván Pascual não esquece que tal familiaridade requere da BlackRock “um grande trabalho educacional”. “Foi assim que construímos o negócio, mas ainda há muito caminho a percorrer”, indica.

“Goals to be achieved”

Nesta caminhada por terras lusas, Iván Pascual indica que querem continuar a sua abordagem junto dos investidores institucionais e dos fundos de pensões, mas também junto das equipas de asset allocation das entidades, onde os ETFs aparecem como “complementos da carteira, não sendo substitutos de nada”. Nas linhas de atuação onde o forcing da empresa tem sido mais evidente nos últimos oito meses, está a pretensão de um maior contacto com bond pickers, e também com seguradoras. “Neste último caso pretendemos a colocação de ETFs dentro dos seguros unit-linked, mas também a contar para a própria balança da seguradora”, indica. Numa última fase do percurso traçado para a expansão em Portugal, Iván Pascual realça que “nos últimos seis meses temos mantido conversas com segmento de wealth management”.

Mais parcerias

Foi em outubro do ano passado que a iShares “desembarcou” em Portugal, registando os seus produtos através de um acordo de distribuição com o Banco Best, permitindo, assim, que os ETFs chegassem mais perto do cliente de retalho.

Não descartando a hipótese de surgirem “mais parcerias com outras plataformas durante este ano”, o diretor de vendas para Portugal e Espanha refere que desde essa altura “a evolução tem sido muito positiva”, estando em cima da mesa a realização de várias campanhas de marketing dos produtos.

Tecendo também algumas comentários acerca da indústria de gestão passiva no seu todo, Iván Pascual diz acreditar que os ETFs se vão impor como “ferramentas tanto de curto prazo, como de longo prazo” e, tal facto, será definidor da aposta da entidade, de forma a satisfazer todo o tipo de clientes. Para além disso, o especialista realça que, atualmente, existem três grandes tendências na gestão passiva ao nível global. Em primeiro lugar a predominância dos índices globais, com especial enfoque para o global high yield. Em seguida, considera que “irão existir exposições mais personalizadas, por exemplo entre tipos de segmentos ou geografias” e por fim, a terceira e última tendência indicada, prevê um maior número de produtos com betas alternativos, também denominados smart betas.

Em conclusão, Iván Pascual não deixou de realçar a “sinergia” existente na entidade. “A equipa de fundos da BlackRock está integrada no negócio de ETFs e o contrário também acontece”, explica, realçando que “com este mix surgem muitas oportunidades de negócio e conseguimos satisfazer em pleno as necessidades do cliente”.