Fitch: dúvidas sobre a transferência de dívida do Novo Banco para o BES

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SolvencyIIWire, Flickr, Creative Commons

O final de 2015 trouxe uma novidade sobre o Novo Banco e o Banco Espirito Santo, que suscitou algumas dúvidas ao mercado nacional. O Banco de Portugal determinou “retransmitir para o BES a responsabilidade pelas obrigações não subordinadas por este emitidas e que foram destinadas a investidores institucionais”. Esta retransmissão corresponde a um valor de balanço de 1.985 milhões de euros.

Já a Fitch considera que esta decisão levanta algumas dúvidas para os investidores, no caso de haver algumas resoluções no Velho Continente nos próximos anos. Em comunicado a empresa de notação financeira refere que a decisão do regulador português “mostra que os investidores institucionais podem enfrentar riscos de retrocesso nas decisões até a resolução estar concluída".

O documento assinado por James Longsdon e por Alan Adkins, mostra que o processo que enfrenta o Novo Banco “levanta questões acerca de como futuras resoluções bancárias na União Europeia poderão ser conduzidas, particularmente porque os prazos se poderão revelar bastante demorados”. Também a opção de retransmitir para o BES a responsabilidade pelas obrigações não subordinadas emitidas por esta entidade - utilizada pelo regulador nacional - pode significar que as avaliações futuras feitas pela agência poderão “estar constrangidas, de forma a reflectir os riscos do retrocesso dos processos de resolução dos investidores”, afirma da agência de rating.

Agência não classifica o Novo Banco

As agências de rating fazem da sua atividade principal a classificação do risco de crédito de empresas dos mais variados ramos de atividade. No entanto, neste caso, a Fitch revela que “não classifica o Novo Banco”. No entanto, caso classificasse a instituição financeira “provavelmente teriam visto a retransmissão da dívida sénior para o BES como um incumprimento" e tal seria "reflectido no seu rating”.