Filipe Silva (Banco Carregosa): "Portugal continua a emitir com sucesso"

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Rednuht, Flickr, Creative Commons

Portugal voltou a financiar-se junto dos mercados internacionais. No leilão realizado na manhã desta quarta-feira, dia 21 de setembro, o Estado português financiou-se em 2.250 milhões de euros, através de duas emissões de curto prazo: uma a seis e outra a doze meses.

Na emissão com maturidade mais curta, foram emitidos 500 milhões de euros a uma taxa negativa de 0.033%. Este valor de taxa de juro é mais baixo do que a última emissão comparável, que foi realizada em agosto passado a uma taxa de 0,015%. Em termos de procura, esta superou a oferta em cerca de 2 vezes.

Já no prazo mais longo - a doze meses - foram colocados os restantes 1.750 milhões de euros a uma taxa de juro negativa de 0,014%.Tal como no exemplo anterior, também aqui a taxa foi mais baixa do que na última emissão com a mesma maturidade. No entanto, aqui destacada-se o facto de ter passado de positiva a negativa. Neste caso, a procura superou a oferta em 1,6 vezes

Portugal continua a emitir com sucesso e os investidores continuam a ter apetite por dívida portuguesa. A 6 meses, a taxa de juro é mais negativa do que a taxa da emissão comparável realizada em agosto. A 12 meses a taxa desceu para negativa, quando tinha sido positiva há 2 meses", refere Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa. O profissional destaca, também, que "a conseguir taxas negativas nos dois prazos, não admira que Portugal tenha aproveitado para emitir 500 milhões de euros a mais do que o que tinha como objetivo, até porque nas últimas semanas houve um agravamento do prémio de risco da dívida portuguesa, sobretudo na dívida mais longa. As duas taxas negativas acabam por não ser grande surpresa porque estão em linha com o que está a ser praticado no mercado.”