Filipe Silva (Banco Carregosa): "Os leilões foram positivos para o país"

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photo240779, Flickr, Creative Commons

Na oitava dupla operação do ano, a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP - voltou a colocar Bilhetes do Tesouro a três e a onze meses num total de 1.300 milhões de euros. Na emissão de ontem, dia 17 de agosto, no prazo mais curto, com maturidade no próximo dia 18 de novembro, foram colocados 400 milhões de euros a uma taxa média de -0,108%. Esta taxa é a mais baixa de sempre.

No prazo mais longo, com maturidade em julho do próximo ano, o IGCP colocou 900 milhões de euros a uma taxa média de 0,007%. Esta taxa situa-se um pouco acima da última emissão equivalente, realizada em outubro passado, onde a taxa se fixou em 0,006%. Em ambos os casos a procura superou a oferta em cerca de 2 vezes.

As taxas baixaram nos dois prazos, seguindo a tendência das emissões que já estão no mercado. A taxa a 3 meses mantém-se em valores negativos, o que acontece desde 14 de julho”, refere Filipe Silva, diretor da Gestão de Ativos do Banco Carregosa.

O profissional descarta, também, “qualquer interferência do alerta feito esta semana pela agência de rating canadiana DBRS à dívida portuguesa”, sublinhando que os ”leilões de hoje [ontem] foram positivos para o país que, mais uma vez, vai baixar o custo médio da dívida. O Estado aproveitou também a procura e as taxas favoráveis para emitir mais do que o previsto. Em vez dos 750 mil milhões de euros previstos, emitiu 1300 milhões de euros”. 

Valor já supera os 11.600 milhões de euros em 2016

O IGCP, liderado por Cristina Casalinho, no decorrer deste ano, já fez emissões num valor superior a 11.600 milhões de euros em Bilhetes do Tesouro, ou seja, em emissões de curto prazo. Em termos médios, o valor de cada emissão ascende a mais de 700 milhões de euros.