Europa: o destino para 2014

Europa
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No seu Outlook para 2014, sobre os mercados financeiros, o Banco de Investimento Global analisou os mercados globais e perspetivou o que pode acontecer no próximo ano. Partindo de 4 eixos de análise, o banco BiG destaca o início do tapering nos EUA, a retoma económica na Zona Euro, a perda de competitividade dos mercados emergentes e ainda a baixa probabilidade de um segundo resgate a Portugal.

“O mercado de ações não está barato, mas está fairly value”, refere João Lampreia, responsável pela área de Research do Banco BiG. A entidade relembra que o P/E ajustado ao ciclo está claramente mais dispendioso no Bloco americano face ao europeu (O P/E  do S&P500 está nos 23 no final de outubro, enquanto no MSCI Europe situa-se nos 17).

Portas abertas à Europa

Positivos em relação às ações europeias para 2014, na entidade destacam “o potencial de valorização do mercado acionista do Bloco Europeu, que resulta de um nível de avaliação apelativo das principais métricas fundamentais face à sua média histórica e que compara favoravelmente em termos relativos com outras geografias e também com outras classes de activos.”  Exemplo disso é o P/E ajustado do MSCI Europe que tem vindo a recuperar, alcançando valores idênticos ao observado em meados de 2009. Para além disso, as empresas Europeias denotam um maior espaço de recuperação operacional em relação às suas congéneres norte-americanas, uma vez que o nível de lucros e as margens brutas ainda se encontram distantes de máximos relativos (o que compara com os níveis historicamente elevados destes indicadores associados aos peers norte-americanos).

O espaço para valorizações adicionais do mercado accionista Europeu poderá assentar no espaço de recuperação económica e operacional das empresas Europeias e não tanto por via da expectável expansão dos múltiplos fundamentais que deverá observar-se nas empresas norte-americanas. Este agregado de factores suporta a visão mais favorável do Banco BiG Research para as Equities no espaço Europeu que espelham um binómio risco-retorno claramente mais favorável. 

Desta forma, para 2014 a estratégia do Banco BiG é concentrada na Europa. Para a entidade, o crédito soberano dos países periféricos ainda se revela como uma oportunidade interessante para os investidores em 2014, sobretudo na parte longa da curva. Com o mercado de dívida globalmente dispendioso, não acaba por ser surpreendente que o crédito corporativo também revela alguns sinais de exaustão no que concerne ao espaço para alcançar novas valorizações, ainda que o segmento de Investment Grade poderá constituir uma opção moderadamente interessante numa lógica estritamente relativa. Já no mercado accionista, sectores como Food&Beverage, Oil& Gas, Químico e Media são os “preferidos” da entidade para investir na Europa em 2014.

A retoma económica no espaço Europeu e o desconto a nível fundamental que alguns nomes destes sectores exibem constituem os alicerces de partida para a escolha sectorial do representante do research da entidade. Eventos como o mundial de futebol no Brasil vão contribuir positivamente por exemplo para o sector Food&Beverage. As movimentações no sector dos media, nomeadamente as fusões e aquisições, podem ser determinantes para o crescimento do sector – eventualmente replicando-se em 2014 alguns dos intensos movimentos corporativos que se assistiu no sector de telecomunicações (tradicionalmente próximo do segmento de Media) no ano findo.