"Esforço deve ser concentrado na conclusão de reformas estruturantes"

"A evolução negativa da actividade económica torna mais problemático o cumprimento dos objectivos de défice público para final do ano, em virtude e a colecta de impostos ficar aquém do esperado", refere Pedro Pintassilgo, da F&C, à Funds People Portugal. E acrescenta que, sendo o regresso aos mercados uma função da capacidade de cumprirmos os compromissos assumidos ao nível do desendividamento, tudo se torna mais difícil".

O gestor de fundos da F&C defende que, não perdendo de vista a necessidade de Portugal reduzir o endividamento externo, "o esforço deve ser concentrado na conclusão das reformas estruturantes da nossa economia, que vão permitir no longo prazo condições de crescimento mais elevado".

Concretamente sobre os dados conhecidos no início desta semana considera que os números do PIB no segundo semestre (estimativa rápida) "são decepcionantes, pela queda sequencial (-1,2%) e homóloga (-3,3%), sublinhando que a deterioração da economia real era expectável, mas que "a dimensão da evolução descendente é preocupante".

Quanto à taxa de desemprego atingiu um nível (15%) "muito preocupante, porque já sendo alto, continua a subir". Pedro Pintassilgo salienta ainda que "é óbvia a correlação entre este número e o PIB, em face do peso do consumo privado na riqueza criada no pais, em cada ano (cerca de 2/3)".

O investimento, acrescenta, "sendo uma junção de expectativas de procura e custo do dinheiro (financiamento que é hoje escasso e muito caro) não tem também tido razões para evoluir favoravelmente".