Emergentes: o erro de investir nos mercados ‘baratos’

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Images_of_Money, Flickr, Creative Commons

Na hora de investir em mercados de ações emergentes a valorização não importa. Pelo menos, não nas métricas de valorização convencionais (PER, P/B). É o que mostra um estudo realizado pela Morgan Stanley IM, que evidencia que estes rácios não são indicadores de rentabilidades futuras nas ações emergentes. A equipa não encontra evidências de que os países cujos índices estejam baratos sejam um bom motivo para comprar um determinado título.  Consideram que um índice está barato (baixa valorização), se pertencer ao último quintil quando se realiza um ranking por Price to Book Value a cinco anos. O estudo também foi feito com a dividend yield e os resultados são similares.

Tanto os países com valorizações mais atrativas (último quintil), como as de valorizações mais altas (primeiro quintil) tiveram melhor comportamento relativo ao MSCI Emerging Markets Index, em cerca de 1,3% médios ao ano. Isto indicaria que os mercados com valorizações mais altas (menos atrativos em preços) costumam ter um melhor comportamento do que os baratos e atrativos em preço na hora de compra.

Então, quando é que é de facto interessante utilizar valorizações convencionais? A conclusão a que chegam da equipa é de que se torna interessante olhar para elas quando o diferencial entre os títulos considerados caros face aos baratos seja muito amplo, acima da média, e mais ainda quando existe pelo menos um desvio padrão de diferença. Isto costuma ver-se durante os períodos de forte convulsão nos mercados, como na crise de 1997, quando o comportamento relativo das empresas atrativas em termos de valorização foram superiores durante os anos seguintes. Atualmente, o diferencial encontra-se em 0,65 desvios padrões acima da média. Consequentemente, há que esperar que superem um desvio padrão para começar a ver oportunidades por valorização convencional nos mercados emergentes.

A equipa também colocou à prova o seu estudo no período pós-crise financeira global (2009-2015) e os resultados foram os esperados. Países com índices baratos registaram cerca de -0,2% relativamente ao índice, enquanto que os países ‘caros’ subiram aproximadamente 2,6%.