Emergentes: fonte de volatilidade

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ragingwire, Flickr, Creative Commons

Os mercados emergentes têm andando "nas bocas do mundo", sobretudo devido ao que tem acontecido na últimas semanas. Desvalorização das moedas, tapering, défices altos, foram algumas das questões mais analisadas e que maior impacto tiveram no mundo dos emergentes. Giordano Lombardo, CIO da Pioneer Investments e Russ Koesterich, diretor de estratégias de investimento na BlackRock comentaram o assunto.

O ponto de partida para a atual situação dos mercados emergentes aconteceu em maio, com o anúncio por parte da FED da redução dos estímulos à economia. Esse anúncio foi "malvisto" por parte dos emergentes, sobretudo para os seus ativos com risco.

Para Giordano Lombardo, CIO da Pioneer Investments, os "mercados emergentes, tal como em 2013, destacam-se como ponto fraco, com a maioria dos investidores a evitarem países com défices de conta corrente elevados (Argentina, Turquia, entre outros) ou com politicas de incerteza no que toca às reformas estruturais que devem fazer”.

"Acreditamos que os mercados emergentes continuam a ser a principal fonte de volatilidade. Por isso, estamos cautelosos sobre a classe de ativos como um todo, especialmente em moedas locais", continua. Ainda assim, o CIO da Pioneer Investments está "convencido que os principais riscos para as economias emergentes estão ligados às questões locais e não só às mudanças de sentimento sobre as políticas monetárias dos Estados Unidos", conclui.

O diretor de estratégias de investimento na BlackRock, Russ Koesterich, confirma que os "investidores continuam a abandonar os mercados emergentes". Segundos os dados da BlackRock, a semana passada foi a 14ª semana em que houve mais resgates que subscrições nos fundos de ações emergentes e a maior saída desde de agosto de 2010.

Sobre a volatilidade o especialista afirma que "não pode ser evitada. Os mercados emergentes tendem a ser voláteis, e é provável que assim permaneçam, pelo menos no curto prazo. Como as moedas de mercados emergentes continuam sob pressão, com a FED a reduzir os estímulos e com os vários países a lutar contra os problemas estruturais persistentes, a volatilidade irá, muito provavelmente, manter-se nos próximos meses", afirma.

Para concluir, o especialista destaca que "atualmente, as ações dos mercados emergentes estão a ser negociadas com cerca de 40% a desconto, quando comparadas com os países desenvolvidos". "Este valor representa o maior desconto desde da crise financeira", conclui.