Em que ficamos em relação à Grécia?

Num cenário que apresenta todos os ingredientes para se tornar numa crise financeira a curto prazo, alguns motivos de interesse ainda prendem os investidores a um mercado claramente inflacionado pelo excesso de liquidez:

. Excesso de liquidez proveniente da flexibilização das políticas monetárias seguida por vários bancos centrais e que impediram consequências muito mais graves da crise de 2008, mas agora urge que, os governos de cada um dos países avance com reformas estruturais que permitam à sua economia retomar o consumo. Neste momento o dinheiro não circula como deve circular e não chega à economia real.

. Nos Estados Unidos, o primeiro trimestre de 2015 trouxe uma série de dados económicos abaixo das expectativas e que fazem crer que a maior economia do mundo irá crescer menos do que o previsto. Com as informações oficiais a avançar com a justificação de um inverno rigoroso para o abrandamento do consumo, com o Dolar forte na descida das exportações e o abrandamento da economia Chinesa. Os initial claims continuam o registo em baixa das últimas quatro semanas, e apontam para níveis do ano 2000, demonstrando que apesar de manter níveis aceitáveis, a recuperação económica Americana está longe de ser considerada espectacular. 

. A situação na Grécia e a reunião do próximo dia 24 de abril dos ministros das finanças da zona Euro ocupam lugar de destaque nas notícias desde há muito tempo a esta parte, numa altura em que o Syriza é visto como um partido que está a falhar com uma parte significativa das promessas eleitorais que o levaram ao poder ao mesmo tempo que é derrotado sem apelo nem agravo em Bruxelas.

São cada vez mais as vozes que se levantam a defender o default da Grécia como o caminho a seguir, mas o enigma sobre o que vai acontecer continua. O actual governo Grego não foi mandatado para sair do Euro e a Europa não parece capaz de colocar a Grécia fora. Como ficamos?

(Imagem:  KiloMeater., Flickr, Creative Commons)