Edouard Carmignac procura sucessor

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Antoine Antoniol-Bloomberg

Edouard Carmignac procura sucesor. O fundador e presidente da Carmignac Gestion anunciou a sua intenção de procurar alguém que tome as rédeas da gestora que fundou há 25 anos. Para encontrar o perfil mais adequado, o veterano investidor definiu um prazo entre 3 e 5 anos. Assim revelou o próprio Edouard Carmignac, que assegurou estar a pensar a longo prazo e na empresa com esta decisão. “O futuro da Carmignac deve depender menos de mim; eu necessito encontrar o meu sucessor nos próximos três a cinco anos”, afirmou na abertura da conferência trimestral que a entidade celebrou em Paris e à qual assistiu a Funds People.

 

No seu discurso, o reputado gestor fez finca-pé nas necessidades de mudança. Uma delas radicou na própria marca da entidade, que deixa de ser Carmignac Gestion para passar a ser apenas Carmignac. Mas esta não foi a única alteração. O intenso plano de reestruturação adoptado pela empresa culminou na nomeação há apenas três semanas de uma nova equipa de gestão de ações europeias composta por quatro elementos, todos eles sob a liderança de Muhammed Yesilhark. O objetivo era definido pelo próprio Edouard Carmignac: “situar os fundos europeus da Carmignac no primeiro quartil”.

 

Além disso, a gestora tornou público que Michael Hulme se juntava à entidade francesa como gestor de fundos de ações de matérias-primas, assumindo, deste modo, a gestão de 670 milhões de euros do fundo Carmignac Commodities. A sua chegada ocorreu após a renúncia de David Field, até agora responsável dessa área na entidade, que anunciou a sua saída por licença sabática após 10 anos na gestora. Na própria conferência de imprensa celebrada estes dias em Paris, o máximo responsável da entidade assegurou que Field não tinha abandonado a empresa e que regressaria à mesma nos próximos meses.

Na sua opinião, é importante que as empresas independentes como a Carmignac existam dado que são estruturas sólidas que podem gerar um crescimento de capital a longo prazo. “Quando criei este grupo, pensei que não havia espaço para uma empresa como a Fidelity Worldwide Investment ou Franklin Templeton na Europa. Não entendia porque estava a indústria nas mãos dos grandes bancos. Hoje tem mais sentido que nunca. Nós não nos vemos como gestores de carteiras, mas sim como gestores de riscos”, explica o prestigiado gestor. A seu ver, o futuro da indústria está nos fundos de investimento que oferecem liquidez e transparência