“É provável que as acções batam as obrigações em 2013”

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SalFalko, Flickr, Creative Commons

No ING Investment Management continuam a estar positivos relativamente a activos com risco, em geral, e acções, em particular. "O nosso optimismo, no que refere aos mercados accionistas e outros investimento com risco, reside na previsão de uma tendência ligeira de crescimento económico, na procura permanente de rendibilidades decentes por parte dos investidores e nas avaliações razoáveis". Na opinião dos analistas desta gestora, no actual contexto de baixas taxas de juro, continuará a haver uma procura por rendibilidades.  "Neste sentido, muitas acções apresentam taxas de rendimento de dividendos relativamente altas e sustentáveis".

Segundo conclui no 'outlook 2013' do ING IM, a gestora espera que persistam os sinais de uma recuperação do crescimento mundial, pelo que antecipam uma modesta recuperação da economia em 2013. "Consideramos que os líderes dos países e outros decisores políticos não colocarão  em perigo a frágil confiança que caracteriza os mercados, por exemplo, demorando demasiado tempo a tomar as decisões que sejam necessárias", assinalam. Isto sim, não será um mar de rosas. "Em 2013 haverá casos em que os investidores reagirão de forma maciça, primeiramente, temendo um desastre e, em seguida, suspirando de alivio", apontam na entidade holandesa.

Para que as suas carteiras de investimento obtenham rendibilidades superiores à média, no ING IM consideram que os investidores devem ter em conta, nos seus processos de tomada de decisão, fenómenos psicológicos como o medo, a esperança e a cobiça. "Faz sentido analisar tanto os riscos como as oportunidades. No que respeita a estas, esperamos que a política dos bancos centrais contribua para uma recuperação modesta de uma economia mundial. De facto, na entidade mostram-se convencidos que o comportamento positivo dos mercados accionistas em 2012 se deveu, principalmente, as políticas adoptadas pelo BCE.

"Graças a elas, um dos principais riscos que os mercados enfrentam - o desmoronamento da Zona Euro - esbateu-se de forma significativa. Porém, esta zona ainda não superou todas as dificuldades. Embora os riscos sistémicos possam ter diminuído de forma acentuada, os líderes dos países ainda não têm motivo para se sentarem e descontraírem". Mas, afinal, a pergunta que se impõe em que mercado apostar? No mercado accionista europeu ou norte-americano? Para o ING IM, é expectável que as incertezas sobre a forma como os problemas orçamentais nos EUA serão resolvidos nos próximos meses se mantenham no curto prazo. "A nossa opção pela secções europeias baseia-se naturalmente nesta situação."

A bolsa não esta cara

Em termos gerais, na gestora antecipam uma subida moderada das acções globais em 2013. "Apesar dos ganhos em termos de preços nos mercados bolsistas em 2012, as acções não estão excessivamente caras. O facto de, segundo inquéritos, os investidores institucionais e privados continuarem a ver muitos riscos e terem poucos investimentos em acções, significa que há margem para aumentar o apetite pelo risco e para subir as valorizações. Contudo, para que as acções subam, é necessário que os  investidores considerem que o cenário económico e político não se agravará mais.

O investidor ainda está fora do mercado accionista

Desde Setembro, os mercados bolsistas receberam um impulso originado pela melhoria de indicadores económicos, sobretudo nos EUA e na China. "Prevemos que os indicadores, de forma gradual, melhorem ainda mais, o que poderá dar aos investidores o empurrão de que necessitam para aumentar a alocação a este activo nas suas carteiras". Neste aspecto, muitos investidores apenas participaram no 'rally' de acções de 2012. "Uma nova melhoria das perspectivas económicas poderá, finalmente, convence-los  a entrar no mercado accionista. Um aspecto que deve ser levado em conta é que, de momento, as rendibilidades reais resultantes dos denominados investimentos seguros são negativas".