Dolat Capital: “Queremos ser um verdadeiro investment advisor”

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cedida

Carim Habib, managing partner – investments & research da Dolat Capital, apresenta um longo percurso na área de estruturação e vendas, tendo no currículo nomes como o Deutsche Bank, ING Investment Management e a Caixa Valores.  Fora de Portugal há algum tempo, percebeu no final de 2014 que seria a altura certa para regressar, ainda para mais depois de ter estudado o ambiente regulatório nacional para a criação de uma SCI (Sociedade Consultora para o Investimento). “Em agosto do ano passado comecei a desenhar o modelo de negócio na minha cabeça e em novembro de 2015 submetemos o projeto. A aprovação chegou em março de 2016, e iniciámos atividade em abril de 2016”, resume.

Depois do sonho, a sua execução. Mas o que distingue esta entidade do restante universo de SCI do mercado português?Queremos ser uma SCI que se foca em duas áreas: primeiramente analisar e selecionar ativos de uma perspetiva proprietária, fazendo uma recomendação sobre esses ativos aos nossos clientes e, em segundo lugar, fazer um aconselhamento abrangente do portefólio do cliente”, explica Carim Habib.

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O profissional indica que querem ser “um verdadeiro investment advisor, com especialização numa determinada classe de ativos, mas ao mesmo tempo com o know-how interno para fazer uma estruturação patrimonial bem feita”. O que Carim propõe é afastar-se do que acredita ser um “modelo mais tradicional” existente em Portugal, em que “as sociedades consultoras executam um aconselhamento geral sobre o património”.

Com uma estruturação de negócio que apelidam ser “pré-MiFID II”, querem constituir uma equipa “jovem e com potencial”, de forma a “verticalizar o negócio”. Na captação de clientes, por seu lado, eliminam a existência dos habituais patamares de património que definem a aceitação de um cliente. “A ideia é que o cliente entenda verdadeiramente a mensagem que queremos passar, bem como o tipo de serviço que nós podemos prestar”, enfatiza. 

Especialização

No caminho que pretendem traçar, existe a intenção de se especializarem em dívida, na área de risco político e risco de crédito, porque “temos esse know-how”. A partir dessa especialização “esperam precisamente chegar a pessoas que percebam que a Dolat pode acrescentar valor”. Consciente de que este é um processo que demora tempo, Carim sabe que “não estão aqui para no dia seguinte terem 100 milhões”. Ressalva que existe espaço para clientes com muito património mas que “não sejam profissionais”. No caso das fundações, “algumas, mais pequenas, não têm capacidade para contratar sete PhD para fazer simulações sobre rendibilidades, correlações, etc”. Na Dolat Capital querem precisamente “chegar a algumas dessas entidades, e encarnar um pouco essa especialização”.

Para o profissional, a procura de especialização por parte dos clientes será cada vez maior, e a MiFID II jogará a esse nível um papel fundamental. “A exigência de que haja a distinção entre aconselhamento independente e não independente  será fundamental”, pontualiza.

Na Dolat Capital as carteiras são totalmente desenhadas para cada cliente. “Para além da percepção do nível de risco de um determinado cliente, também temos de perceber o património do cliente, como é que ele quer estruturar esse património, quais os objetivos a longo prazo, etc”.