Dois anos: os melhores fundos flexíveis

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_Zahira_, Flickr, Creative Commons

Uma das palavras que marcam os últimos meses nos mercados financeiros é, certamente, “flexibilidade”. Uma das formas de conseguir “aproveitar a onda” é o investimento realizado em fundos flexíveis, já que estes produtos “não assumem qualquer compromisso quanto à composição do património nos respectivos documentos constitutivos”, de acordo com a definição presente na Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios – APFIPP.

Nestas condições a Associação encontra 25 produtos de gestoras suas associadas, com o fundo mais rentável a pertencem à CA Gest. Trata-se do CA Flexível que é gerido por Fernando Nascimento e que registou, nos dois anos anteriores ao final do mês passado, uma rendibilidade anualizada de 3,59%. No final de 2015 o seu património ascendia a 16,6 milhões de euros com o maior investimento em carteira a ser realizado em dívida soberana italiana, seguido de dois ETFs: um da iShares (iShares STOXX Europe 699) e outro da Lyxor (Lyxor Euro Stoxx 50 DR). No comentário mensal do fundo, referente ao último mês do ano passado, lia-se que o produto tinha fechado o ano com “uma exposição a acções muito perto dos 20%, depois de ter sido decidido, ainda em Outubro, dobrar a alocação a estes activos, de modo a capturar de forma mais eficiente o movimento de apetite pelo risco em vigor nesse período.”

Fundos da Optimize marcam presença

As restantes duas posições que completam o top 3 são preenchidas por fundos da mesma entidade: a Optimize Investment Partners. Com uma rendibilidade de 3,05% surge o Optimize Investimento Activo e logo depois vem o Optimize Europa Valor com uma valorização de 2,04% nos últimos dois anos, com ambos os produtos são geridos por Diogo Teixeira, administrador da entidade. Os dois produtos lideram o segmento em 2015, com o gestor a destacar o facto dos fundos procurarem “antecipar os timings de mercado, efetuando realocações táticas de curto e médio prazo”, referiu à Funds People. E foi mesmo isso que aconteceu no ano passado. De acordo com o gestor os “timings foram relativamente acertados, o que permitiu que o fundo beneficiasse dos movimentos de alta do mercado, ao mesmo tempo contrariava parcialmente os períodos de baixa com uma exposição mais reduzida às ações, o que também beneficia a volatilidade do fundo. As nossas apostas sectoriais também foram acertadas, nomeadamente uma ponderação quase nula nas petrolíferas, das quais saímos totalmente no último trimestre”, afirmou.

Trio em destaque

Existem mais três produtos flexíveis que conseguiram ter mais de 1% de rendibilidade nos últimos dois anos, de forma anualizada. Com 1,27% vem o Santander Global que é da responsabilidade da Santander Asset Managment. Este fundo no final do mês de janeiro geria mais de 145 milhões de euros, com a dívida soberana de países como Espanha, Portugal e Itália a preencherem as principais posições em carteira.

Com 1,14% surge o BPI Global que é gerido pela BPI Gestão de Activos. Geria, no final de janeiro, mais de 75 milhões de euros com as US Treasury Note 2,25% a ser o maior investimento, seguido de títulos de dívida espanhola.

O outro produto é o NB Plano Prudente que é gerido por Marta Martins da GNB Gestão de Ativos. No período em análise regista uma subida de 1,12% e na última ficha do produto, relativa a dezembro passado, tinham sido os fundos de retorno absoluto a ajudar o fundo devido à “excelente performance positiva, num contexto de mercado desfavorável”.

Os fundos flexíveis em destaque nos últimos dois anos

Fundo Gestora Rendibilidade 2 anos (%)
CA Flexível CA Gest 3,593
Optimize Investimento Activo Optimize Investment Partners 3,055
Optimize Europa Valor Optimize Investimento Partners 2,049
Santander Global Santander Asset Managment 1,271
BPI Global BPI Gestão de Activos 1,147
NB Plano Prudente  GNB Gestão de Ativos 1,126
Banif Investimento Conservador Banif Gestão de Activos 0,640
NB Plano Dinâmico GNB Gestão de Ativos 0,513
NB Estratégia Ativa II GNB Gestão de Ativos 0,343

Fonte: AFPIPP a 29 de janeiro de 2016