Dívida periférica domina nos melhores fundos de obrigações a um mês

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chadmiller, Flickr, Creative Commons

São 59 os produtos que compõem o mercado de obrigações, de acordo com os dados disponibilizados na Morningstar. No mês passado, as quase seis dezenas de fundos de investimento desta classe de ativos conseguiram uma rendibilidade média de cerca de 0,5%, enquanto os 234 produtos que constituem o mercado nacional, de acordo com a empresa de análise, conseguiram ganhos de 1,52%.

A liderar a tabela de fevereiro vem o ES Obrigações Europa, da ESAF, que conseguiu no mês passado uma rendibilidade de 3,24%. O fundo, gerido por Vasco Teles, fechou o mês com 51,36 milhões de euros de ativos sob gestão. Segundo referido no comentário mensal publicado pela gestora, em Fevereiro, o fundo foi favorecido pela sua exposição a periféricos e a taxa de juro, tendo sido, por outro lado, prejudicado pela posição de venda em futuro de dívida italiana. As perspectivas apontadas pelo gestor são de uma manutenção do tom expansivo por parte do BCE com o objetivo de ancorar as taxas de juro de curto e médio prazo, além da grande sensibilidade das taxas de longo prazo do outro lado do Atlântico (EUA) aos dados macroeconómicos. É referido ainda que o mercado de dívida governamental Grego continua a aumentar a sua base de investidores levando a crer que a tendência de valorização se mantenha. 

Pertencente à ESAF e gerido por João Zorro, vem na segunda posição o ES Rendimento Plus. Este produto fechou o mês com uma rendibilidade de 2,46% e com um património de 69 milhões de euros. Em termos da composição da carteira, as obrigações corporativas representam, de acordo com a ficha mensal de Fevereiro, 45% da carteira com a percentagem alocada em obrigações soberanas a ficar muito próxima, nos 44%. No mês foi positivo para o fundo a sua exposição a dívida periférica, em especial a dívida pública grega. Por outro lado, contribuiu de forma menos favorável a subexposição a taxa de juro core, que, contra as expectativas, tem vindo a comportar-se muito bem.

O Montepio Taxa Fixa aparece na terceira posição com uma rendibilidade de 1,25%. O fundo, da responsabilidade da equipa gestora da Montepio Gestão de Activos, tinha sob gestão no final do mês 6,69 milhões de euros com as maiores posições a pertencerem a dívida soberana portuguesa e espanhola. Segue-se o Santander Ibérico Premium Julho 2013 com uma rendibilidade de 1,22%. Sem surpresas, a carteira do fundo é composta por dívida soberana da Península Ibérica além de uma percentagem de 46,27% do seu valor líquido global, segundo dados do regulador, em obrigações corporativas. O fundo, gerido pela Santander Asset Management, fechou o mês de fevereiro com 76,38 milhões de euros sob gestão.

Fecha o top 5 o fundo BPI Obrigações de Alto Rendimento Alto Risco com um retorno de 1,215% e um património que ascende aos 27,77 milhões de euros. Este fundo, da BPI Gestão de Activos, representa uma excepção face aos anteriores dado que não apresenta, de acordo com a CMVM, títulos de dívida pública em carteira. 82,41% do seu valor líquido global está investido em obrigações corporativas diversas.