Dilma reafirma-se no poder e investidores confirmam a sua desilusão

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ulisses barbosa, Flickr, Creative Commons

Depois de se saber que o “trono” brasileiro vai continuar a ser ocupado por Dilma Rousseff, o Ibovespa já atingiu níveis de março. A incerteza por terras brasileiras resume-se agora a perceber qual a equipa que a presidente reeleita vai nomear para a pasta da Economia.

Craig Botham, economista de mercados emergentes da Schroders, considera que a palavra desilusão é a que reina na mente dos investidores. “O Brasil desapontou os investidores ao voltar a eleger Dilma Rousseff para o cargo de presidente. A esperança acerca das reformas que respondessem aos problemas económicos estruturais do Brasil diminuíram, para não dizer que quase despareceram”, infere o especialista.

Sob o legado de Dilma, “uma mudança marcante no curso da política é improvável”. “Ainda que a presidente tenha dito que iria responder às preocupações macroeconómicas, ouvimos todas estas promessas sem fazer a ligação entre a política e a ação”. Neste sentido, da gestora acreditam que o cenário mais provável é que “Dilma apenas mude a sua atitude perante condições de mercado extremas”.

Mesmo antes de se confirmar a reeleição da candidata, a Schroders já acreditava que o crescimento do país iria ser fraco durante o próximo ano. “As reformas demoram tempo a ser feitas e podem ser dolorosas – por isso, o resultado da eleição não muda em nada a nossa previsão para 2015”.

Para o longo prazo, o especialista vê um cenário ainda mais “sombrio”. “O único efeito positivo do resultado de domingo é o fim que se pôs à incerteza e à volatilidade; o mercado agora sabe que pode esperar mais do mesmo, por pior que seja”, conclui.