Depois da tempestade vem a bonança...ou nem por isso?

Depois das vendas massivas da semana passada o mercado financeiro parece recuperar suportado por indicadores macro-americanos mais fortes que o easperado.

Aparentemente a economia Americana encontra-se de melhor saúde do que as economias dos países desenvolvidos mas não se deve tomar como certo que esta "calma" vai perdurar muito tempo. Os últimos tempos têm provado que o mundo vive um período de transição e nestas alturas grandes oscilações podem acontecer. 

A retirada dos estímulos por parte do Fed coincide com uma forte recessão na União Europeia e abrandamento em outras economias como a China e Japão e vai em contraciclo face a um BCE que parece estar a fugir da compra de títulos dos países Europeus, surgindo agora rumores de que uma das estratégias a utilizar pelo BCE possa ser a compra de títulos de dívida de empresas em mercado secundário. A possibilidade desta opção avançar é claramente a assunção de que a estratégia inicial não vingou por temas políticos.

O BCE começou esta semana a comprar covered bonds com a esperança de ao retirar essas obrigações dos balanços dos bancos, estes se sintam mais confortáveis para reactivar o crédito à economia real, mas até à publicação dos testes de stress à banca, estas compras pouco impacto irão ter para além de suportar o mercado bolsista e fazer descer o Euro face ao Dólar.

Outro tema de relevo é a possibilidade da Comissão Europeia chumbar o orçamento Francês e exigir ao governo a apresentação de um novo orçamento que cumpra o exigido por Bruxelas. A possibilidade de a CE permitir que o déficit francês ultrapasse em 1.3% é a constatação de que o Pacto de Estabilidade e Crescimento é só aplicável aos países mais pequenos e que desvios de orçamento não serão punidos com mais austeridade. 

(Imagem: MattysFlicks, Flickr, Creative Commons)