"Déjà vu… outro orçamento americano"

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super mega pictures, Flickr, Creative Commons

Começando por fazer a pergunta “não lidámos já com isto antes?”, Joanna Shatney, Head of US Large Cap Equities, da Schroders,  partilha a sua visão sobre o que a atual situação nos Estados Unidos significa para os mercados.

“Com o impasse político sobre o orçamento de 2014, foi violado outro prazo do governo dos EUA” diz, referindo que, no entanto, atrás deste problema vem logo outro: o da necessidade de aumentar o teto da dívida até meio de Outubro.

“O mercado caiu ligeiramente ontem, mas quando olhamos para as oportunidades de crescimento da economia dos EUA, e para os lucros das empresas ao longo dos próximos três anos, acho que qualquer fraqueza a curto prazo deve ser “de comprar”, diz Shatney. 

O próxima deadline é mais importante 

A especialista acredita que o tema mais importante tem mesmo a ver com a necessidade  do aumento do teto da dívida. “Não fazer esse aumento pode levar a algo terrível como um default da dívida dos EUA”, explica Shatney, referindo que “muito provavelmente a decisão vai ser adiada até dezembro, e que, nessa altura, isso vá ser uma preocupação para os investidores”.

Otimistas no longo prazo para o S&P500 que apresenta uma valorização de cerca de 19% este ano, Shatney afirma que essa perceção continua relativamente à sua evolução no longo prazo, “em primeiro lugar, porque o mercado não está supervalorizado e, em segundo lugar, porque o rally é suportado pelos fundamentais – tanto o mercado como os lucros corporativos estão acima dos seus picos anteriores, 10% e 20% respectivamente”. Por último, salienta que as preocupações dos investidores são bem-vindas embora relembre que a economia dos Estados Unidos está mais forte do que antes (comparação com o verão de 2011) e a política seguida pela Fed continua a ser acomodatícia, além das perspetivas de crescimento global (incluindo as europeias) parecerem hoje mais estáveis.

Na perspetiva da gestora o grande risco acontece se uma destas hipóteses acontecer: primeiro se o default na dívida acontecer; segundo, se impacto no PIB for pior do que o esperado, ou ainda se o impasse do governo prejudicar o sentimento de confiança dos consumidores e das empresas.