Da Europa ao Japão: Os temas de investimento a considerar no segundo trimestre do ano

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swgn, Flickr, Creative Commons

O primeiro trimestre do ano passou num ápice, e quase que se pode dizer que durante estes três meses existiram dúvidas que se dissiparam e outras que se adensaram. Se por um lado o BCE deu provas de que está determinado a levar o crescimento à Europa, por outro, nos EUA, permanece a dúvida sobre qual o timing exato para a subida das taxas de juro.

Fechado este primeiro trimestre a J.P. Morgan Asset Management “olha” para vários pontos que podem ser interessantes analisar – e reter -  ao longo do segundo trimestre de 2015, através do seu último Market Insights, precisamente com um outlook com perspetivas trimestrais. 

1. Investimento Ativo na Europa

Nos últimos meses o ‘momentum’ em termos económicos na Europa parece ter ganho força, tornando a região mais atrativa ao nível do investimento. No entanto, o crescimento continua a ser uma componente irregular e “muitos mercados de ações tiveram já um desempenho muito forte no início do ano”. A hipótese de uma retração está portanto a este nível em cima da mesa. Por isso, da J.P. Morgan entendem dar prioridade “às áreas em que existe expansão, tirando partido dos gestores ativos que podem encontrar oportunidades de investimento atrativos”.

O cenário por esta altura é de que “as ações já não estão tão baratas como estiveram um dia”.  Existe espaço para que haja uma melhoria a este nível, entendem, mas com uma ressalva: “Os retornos futuros vão estar dependentes do crescimento dos lucros  e os investidores devem ser aconselhados a optar por uma abordagem seletiva”, esclarecem. Reforçam que sectores que apresentaram melhores resultados nos meses mais recentes, na verdade, têm hoje um menor peso no índice de referência. “Isto significa que a gestão ativa é necessária de forma a ganhar exposição a sectores com melhor desempenho, tais como o consumo discricionário, a indústria e os materiais”, avisam.

2. Navegando num universo de yields negativas

Não vale a pena ignorar que as yields negativas na Europa fazem parte de um cenário que “está para durar”, dada a grande escala de intervenção do BCE nos próximos tempos.

Mas o que importa saber é o que podem os investidores esperar em termos de retorno total, tendo em conta o caminho tão longo que os preços já percorreram? “Os investidores podem esperar ganhar retornos globais positivos à medida que as yields desçam comparativamente com os níveis baixos já alcançados, especialmente nos mercados periféricos”, respondem. O elevado nível dos preços significa que o potencial de recompensa por deter estas posições “é muito mais baixo do que já foi”. Importa por isso olhar para soluções “diversificadas e flexíveis”, de forma a “proteger as carteiras”, mas também no sentido de “perseguir” a procura de um perfil de risco/retorno mais eficiente.

3. Japão: É agora a altura de ter um novo olhar?

A bolsa do Japão é conhecida por ter um atrativo que já dura há algum tempo: parecer constantemente barata. Mas agora, na opinião da J.P. Morgan AM, interpõe-se uma lista de razões que apoiam a ações japonesas tanto no curto como no longo prazo, e que podem conduzir a uma mudança. “O Japão registou os ‘earnings momentum’ mais fortes entre as três maiores regiões desenvolvidas, no quarto trimestre de 2014”, indicam, lembrando que “cerca de 67% das empresas do  TOPIX bateram as expectativas de ganhos, as mais elevadas em cinco anos”.

Para além de outros pontos assinalados, como a melhoria do corporate governance das empresas, a gestora realça ainda a importância que o sector energético vai ter no país, tanto em termos económicos como ao nível dos mercados. “A representar 3,6% do PIB, a energia importada pelo Japão está entre as mais elevadas das economias desenvolvidas e, por isso, o país pode beneficiar mais da queda do preço do petróleo”, escrevem.

4. Para além dos ativos tradicionais: Porque é que os investidores devem ser alternativos?

"É verdade que durante muito tempo as classes de ativos tradicionais produziram retornos impressionantes", lembra a gestora. Com o preço destes ativos mais “familiares” a crescerem, “os investidores, compreensivelmente, tornaram-se mais preocupados sobre o potencial dos retornos futuros”. A procura de alternativas aparece nesta "fotografia", como um dos pontos mais importantes a ter em conta daqui para a frente.

O primeiro passo, diz a gestora, é intuitivo, e passa por diversificar entre “os mercados mais tradicionais”. “Os investidores do mercado de obrigações com uma elevada exposição a obrigações ‘core’ devem aumentar essas posições, contrapondo-as juntamente com uma gama de outros ativos, tais como as obrigações high yield globais”.

Outro dos conselhos dirige-se aos investidores com exposição somente a ações do seu próprio país. “Seria mais sensato olharem além dos retornos elevados e diversificarem a exposição ao risco”, dizem, avisando que, por si só,  isto pode igualmente não ser suficiente. “Neste contexto de mercado, estas modificações nas carteiras podem não ser suficientes para atingir as metas de retornos dos investidores e proteger contra os riscos de queda, por isso os investidores devem considerar outros investimentos alternativos”, indicam.