Consistência entre os fundos de ações geridos em Portugal

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8mariaelena, Flickr, Creative Commons

Analisar os fundos que foram geridos de forma mais eficiente em determinados horizontes temporais é conseguir encontrar aqueles que apresentam dados mais consistentes. Uma das formas mais eficazes de fazer essa análise é através do Sharpe Ratio que nos diz qual foi a rendibilidade conseguida sobre o ativo sem risco por cada unidade de risco assumida.

Os dados da Morningstar, referentes ao mês de abril, mostram que os 32 produtos categorizados pela empresa de análise como fundos de ações tinham em média um Sharpe Ratio de 1,725 nos últimos doze meses e de 0,299 a 3 anos. Dividindo cada produto pela sua subcategoria, notamos que os fundos de ações portuguesas saem à frente. O rácio de Sharpe médio alcançado por estes produtos é de 2,129 no período mais curto e no triénio de 0,385. Seguem-se dois fundos, agrupados pelo seu investimento tanto na bolsa nacional como na espanhola, com um Sharpe ratio médio de 1,893 e 0,315 a um e três anos, respetivamente.

Por último, entre os restantes fundos de ações que se dividem pelo seu estilo de investimento value ou blend em ações de empresas europeias de grande capitalização, temos no primeiro um rácio médio de 1,393 nos últimos doze meses e 0,161 a três anos. Já os fundos que combinam os estilos crescimento e valor apresentam um Sharpe de 1,308 a um ano e 0,280 no horizonte temporal mais longo.

Fundos líderes a um ano

Num ranking elaborado com os produtos nas quatro subcategorias enunciadas, o vencedor, entre os fundos de ações portuguesas, é o Santander PPA com um resultado de 2,453. O BPI Ibéria, da responsabilidade da BPI Gestão de Activos, tem um Sharpe Ratio de 1,960.

Nos fundos de ações europeias geridos por casas nacionais lideram o Montepio Ações nos que se caracterizam por um estilo value com um indicador de 1,945 e o único fundo puro de ações gerido por José Barroso da Popular Gestão de Activoso Popular Acções, nos “blend”, com 1,525.

E a três anos…

O cenário não sofre grandes alterações quando analisamos valores do rácio de Sharpe, calculados no final de abril pela reconhecida empresa de análise Morningstar, no período mais longo. Assim, mantêm-se os mais consistentes, na categoria de ações Portugal, o fundo poupança ações do Santander Asset Management e nos fundos de ações europeias large cap estilo valor o Montepio Ações.

Contudo, a excepção faz a regra e nos fundos que investem na Ibéria, o Montepio Capital, gerido pela Montepio Gestão de Activos, supera o concorrente com um Sharpe Ratio a 3 anos de 0,439. Entre os “blend” o fundo mais consistente vai para a gestora independente Optimize Investment Partners, precisamente com o Optimize Europa Valor gerido por Diogo Teixeira.

 

(Análise Funds People a partir de dados cedidos pela Morningstar no final de abril. Os fundos portugueses sectoriais serão tratados em separado e não foram, por isso, incluídos neste artigo).