Conhece os mestres em consistência?

lapis_
Gaetan Lee, Flickr Creative Commons

Na última revista publicada pela Funds People Portugal – a edição 10 – o tema de capa focava os fundos mais consistentes que estão disponíveis para os investidores residentes em território nacional. A análise focou cerca de 1750 produtos nacionais e internacionais, que segundo a metodologia seguida estavam dentro do espectro de análise. A metodologia utilizada considerava para análise todos os fundos que no final do passado mês de março tinham, pelo menos, três anos de existência. Pode conhecer toda a metodologia utilizada no final do artigo.

De todos os fundos analisados, uma dezena é gerida por instituições nacionais, existindo tanto fundos domiciliados em Portugal como no Luxemburgo. Analisando apenas os fundos que estão domiciliados no nosso país, o maior, em termos de património, é o Millennium Prestige Conservador. Gerido pela Millennium Gestão de Activos, o fundo no final de agosto tinha mais de 635 milhões de euros sob gestão, fazendo do produto o terceiro maior do mercado nacional. De acordo com o prospecto disponível, o investimento do fundo terá um mínimo de “30% do seu valor líquido global em unidades de participação de outros fundos de investimento”. Desta forma, as maiores posições em carteira são investimentos realizados noutros fundos de investimento, como é o caso do Parvest Bond Euro Government, o BlueBay Investment Grade Bond ou no ETF Lyxer Euro Corporate Bond.

Dos sete fundos considerados consistentes e que estão domiciliados em Portugal, nota agora para o mais rentável no último triénio. É ele: o Caixagest Infraestruturas. Gerido pela Caixagest o fundo consegue um retorno de 10,42%. Este fundo é, também, o segundo melhor produto dos últimos doze meses com uma rendibilidade de 15,57%. Gere mais de 100 milhões de euros em património, com os maiores investimentos a serem realizados em empresas do sector das infraestruturas.

Além destes dois, existe mais um par de fundos que gerem mais de 100 milhões de euros e que marcam presença entre os consistentes: o Millennium Euro Taxa Variável e ainda o Santander Poupança Futura FPR. O primeiro, gerido pela Millennium Gestão de Activos, gere mais de 142 milhões de euros e consegue ter uma rendibilidade nos últimos três anos de 2,6%. Já o fundo sob responsabilidade da Santander Asset Management tem um património de 115 milhões de euros e regista ganhos de 3,04% no último triénio.

Os restantes três produtos gerem um património inferior a 100 milhões de euros, embora se possam encontrar dois dos três produtos mais rentáveis nos últimos três anos. Com uma rendibilidade de 7,54% surge o BPI Ibéria, gerido pela BPI Gestão de Activos. O património, no final de agosto, é de quase 10 milhões de euros. Tal como o nome indica, investe em ações de Portugal e Espanha, com os maiores investimentos a serem realizados no Banco Santander e na Jerónimo Martins.

Com uma rendibilidade de 6,43% surge, de seguida, o NB Rendimento Plus. Gerido por João Zorro da GNB Gestão de Ativos, o produto foi eleito o “melhor fundo nacional de obrigações euro” nos últimos Morningstar Awards. Investe mais de 28 milhões de euros, com a maior fatia a ir para títulos de dívida pública italiana e irlandesa.

O último fundo desta lista é o Millennium H&Y Bond Selection, com ganhos de 3,05% e mais de 32,5 milhões de euros em património. As maiores posições em carteira pertencem a dívida soberana de Espanha, Itália e Portugal.

Fundo Gestora Rendibilidade 3 anos (%) Ativos sob gestão
BPI Ibéria BPI Gestão de Activos 7,54  9 630 898 €
Caixagest Infraestruturas Caixagest 10,42  103 134 466 €
Millennium Euro Taxa Variável Millennium Gestão de Activos 2,6  142 535 683 €
Millennium H&Y Bond Selection Millennium Gestão de Activos 3,05  32 566 784 €
Millennium Prestige Conservador Millennium Gestão de Activos 2,52  635 691 721 €
NB Rendimento Plus GNB Gestão de Activos 6,43  28 821 210 €
Santander Poupança Futura FPR Santander Asset Management 3,04  115 442 586 €

Para saber mais, leia o tema de capa da revista Funds People Portugal nº 10, recém publicada.

Metodologia: Recorrendo à Morningstar Direct, com dados de fecho de março, selecionámos todos os fundos disponíveis para venda em Portugal. Consideraram-se fundos com uma história mínima de 3 anos. O critério seguido para se chegar aos produtos consistentes, ou seja, os que se situam no 1º quartil foi a elaboração de dois scorecards com dados de rendibilidade e volatilidade a 1, 3 e 5 anos (dados diários de rentabilidade e mensais de volatilidade). No primeiro, usando critérios de rentabilidade acumulada a 1, 3 e 5 anos com um peso de 65% e a volatilidade a períodos fechados de anos naturais entre 2010 e 2014 – para neutralizar o efeito acumulação – a rentabilidade com um peso de 60% e a volatilidade com um peso de 40%, cada ano equiponderado. Assim, os fundos selecionados estão sujeitos aos seguintes critérios: 1º quartil no ranking médio (percentil ≤ 25) sempre que nos dois scorecards estejam dentro do primeiro terço (percentil ≤ a 33).