Como se vai financiar o Estado português em 2017?

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Sébastien Bertrand, Flickr, Creative Commons

O IGCP - Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - já deu a conhecer o plano de financiamento para o Estado português ao longo de 2017. De acordo com a nota informativa publicada, o "montante das necessidades de financiamento líquidas do Estado" para este ano deverá "situar-se em cerca de 12,4 mil milhões de euros". O IGCP dá conta que este valor inclui 2,7 mil milhões de euros "de fundos associados à recapitalização da CGD, que já se encontram financiados".

Para colmatar as necessidades de financiamento, a República Portuguesa vai financiar-se através de Obrigações do Tesouro (OT) e ainda de Bilhetes do Tesouro (BT). No primeiro caso, ao longo de 2017, o Estado espera financiar-se num montante entre os "14 e os 16 milhões de euros", valor que "será obtido via emissão bruta de OT, combinando sindicatos e leilões, assegurando emissões mensais". Estes leilões vão ter a "participação dos Operadores Especializados de Valores do Tesouro (OEVT) e Operadores de Mercado Primário (OMP) e serão realizados à 2ª, 4ª e 5ª quartas-feiras de cada mês", conforme revela a nota publicada pelo IGCP.

A mesma nota refere que “a estratégia de financiamento para 2017 centrar-se-á na emissão de títulos de dívida pública nos mercados financeiros em euros, com realização regular de emissões de Obrigações do Tesouro, para promover a liquidez e um funcionamento eficiente dos mercados primário e secundário”.

Sobre os Bilhetes do Tesouro, revelam do IGCP que este financiamento líquido "resultará num impacto nulo". "Será mantida a estratégia de emissão ao longo de toda a curva, combinando prazos curtos com prazos longos", lê-se no comunicado. O quadro seguinte mostra quais são os leilões a serem realizados no primeiro trimestre deste ano.

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Fonte: IGCP.

2017, ano de amortizações

O ano de 2017, segundo o calendário de amortizações do IGCP atual, será um ano muito agitado. Serão amortizados perto de 21 mil milhões de euros, sendo o segundo ano com o maior montante - ficando apenas atrás de 2021. A maior fatia vai para os Bilhetes do Tesouro, cujo valor amortizado rondará os 15 mil milhões de euros. Confira o calendário das amortizações, com dados até 2046.

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Fonte: IGCP