Como lidar com as divergências que se avizinham para o novo ano?

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Jacqueline Sinclair, Flickr, Creative Commons

Crescimento económico divergente, bem como distintas políticas monetárias estão na base das perspetivas da BlackRock para 2015. “Esperamos um endurecer das políticas financeiras tanto nos EUA, como no Reino Unido, devido a uma recuperação no crescimento e a uma melhoria no mercado de trabalho”, começam por referir da entidade, no seu investment outlook para 2015.

Neste ano de “viver de forma divergente”, como apelidam da BlackRock, relativamente aos EUA dão conta daquele que é o consenso de mercado. “O crescimento do país está em ascensão. Esperamos que a Fed comece a aumentar as taxas em 2015 e que a curva das yields se comece a ‘achatar’”. Na Zona Euro a surpresa pode chegar do lado das subidas, já que as expectativas “são extremamente baixas”. Referem que é possível que “o BCE dê aos mercados algumas esperanças quanto a um Quantitative Easing (QE) por inteiro”.

Oportunidade a olhar: Japão

A grande aposta que o país nipónico tem feito nos estímulos monetários é vista pela gestora americana como uma oportunidade a aproveitar, nomeadamente nas ações de curto prazo. A este nível mostram a sua preferência pelas ações nipónicas, mas também europeias, devido “às valorizações baratas” e aos reforços monetários que subjazem a ambas as regiões.

A ideia para quando a força do dólar travar

À medida que a Fed vá reduzindo a flexibilidade das suas políticas, vão sendo favorecidos os sectores cíclicos norte-americanos em detrimento dos defensivos. Mostram também uma preferência na área de crédito, nomeadamente no high yield norte-americano, e na dívida bancária do velho continente. Como ideia ‘contrarian’ para o novo ano falam de aumentar as ações de recursos naturais, como forma de cobertura se a força do Dólar norte-americano desvanecer.

Na opinião da BlackRock, há também que ter em conta o provável regresso da volatilidade. “As elevadas valorizações e uma espécie de crença de ‘vooddoo’ no chamado momentum, criam um aumento do custo inerente aos erros”, escrevem. A melhor solução, referem, é ter na manga um plano de antemão”. Deixam outro aviso: a tradicional máxima da diversificação pode tornar-se desafiante, já que “as ações e as obrigações podem “cair” em sintonia”.

A via dos alternativos

Perante as razões apontadas atrás, da gestora norte-americana falam dos benefícios que as estratégias relativas podem oferecer, bem como os ativos alternativos. Nessa avaliação dos alternativos, referem por exemplo, que em relação ao private equity a palavra chave é seletividade. Há que ter atenção “quando as empresas de private equity começam publicamente a comprar ações cotadas em vez de ativos privados”. Nas infraestruturas recordam que a dívida destes ativos é de longa duração. Por isso, “desde que o investidor esteja a entrar neste investimento de uma forma longa, sendo remunerado por essa paciência, existe interesse a este nível”. Esclarecem que nas infraestruturas normalmente evitam os projectos greenfield, porque são mais arriscados.