Como é que as bolsas têm respondido historicamente à subida das taxas?

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journeyman62, Flickr, Creative Commons

Como é que as bolsas costumam comportar-se perante a subidas das taxas de juro? Esta é uma das grandes perguntas que se  estão a fazer atualmente os inevstidores em ações. A Fidelity analisou qual tem sido a reação do mercado de ações americano a fases de endurecimento da política monetária por parte da Reserva Federal dos Estados Unidos nos últimos 30 anos. Durante este período aconteceram quatro momentos nos quais a autoridade monetária iniciou um processo continuado de aumento do preço do dinheiro. Em todos eles o S&P 500 Composite ofereceu rentabilidades anuais positivas. O período em que o principal índice do mercado gerou os resultados mais positivos aconteceu entre 1988 e 1989, com um retorno anual de 14,3% (ver gráfico).

Recentemente, a J.P. Morgan AM publicava outro relatório em que extraia algumas lições que se aprenderam dos últimos ciclos de subida das taxas. O estudo complementa o estudo que foi realizado pela Fidelity no sentido em que fornecia até seis gráficos nos quais mostrava a evolução das obrigações americanas (medida pela rentabilidade das treasury a dez anos) e do S&P 500, durante os três ciclos prévios de subidas das taxas: entre fevereiro de 1994 e março de 1995, entre junho de 1999 e junho de 2000 e entre junho de 2004 e julho de 2006. A conclusão a que chegava a gestora é que “enquanto que ambos os mercados tendem a ter uma reação adversa ao momento inicial de subir as taxas, os dois recuperaram mais à frente durante o ciclo de subidas das taxas”.

“A força da economia interna deixa a bolsa norte-americana em melhor situação para enfrentar o endurecimento da política monetária comparativamente com outros mercados. Isto significa que, expresso em dólares, podemos continuar a esperar um melhor comportamento relativo do mercado norte-americano”, afirma Dominic Rossi, diretor mundial de investimentos da área de ações da Fidelity. No que diz respeito à sua economia, os EUA parecem estar a atravessar um bom momento. Segundo Ángel Agudo, gestor do Fidelity America, “o crescimento provavelmente encontra apoio na melhoria do mercado laboral (embora esta se espera que seja um pouco menor), numa recuperação do consumo graças ao aumento dos salários, na força do sector dos serviços e nos maiores níveis de atividade nos sectores relacionados com as casas e com a construção”.

Em geral, o gestor espanhol considera que as perspetivas de investimento da maior economia do mundo também continuam a ter bases firmes de um ponto de vista estrutural. “Alguns destes motores estruturais amplamente reconhecidos são um contexto empresarial inovador e o gás de xisto, que permite reduzir os custos e disfrutar de uma maior independência energética. Tendo em vista 2016, o crescimento impulsionado pelo consumo e a inovação nos diferentes sectores serão dois dos factores chave que poderão sustentar a economia norte-americana”, afirma. 

Fonte: Fidelity