Cinco tendências que determinarão o futuro próximo do investimento alternativo

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Cedida

A indústria de produtos líquidos de gestão alternativa, tanto UCITS na Europa, como 40 Act na União Europeia, alcançará os 1,3 mil milhões de dólares de património em 2017. Schroders GAIA é a plataforma criada pela Schroders para investimentos alternativos em UCITS que, atualmente, já conta com seis fundos registados e um volume de ativos sob gestão de 3.000 milhões de dólares. Em termos de tamanho, este valor torna a plataforma a segunda com fundos adaptados no formato UCITS (a primeira é a de Merrill Lynch).

Andrew Dreaneen, responsável de produto e desenvolvimento de negócio da Schroders GAIA, foi um dos especialistas da empresa que participou na conferência de imprensa anual que a Schroders levou a cabo recentemente em Londres. Primeiro, Dreaneen analisou as perspetivas sobre o universo de investimento alternativo UCITS, que atualmente já alcança os 200.000 milhões de dólares. Outro dado interessante: os fundos com formato UCITS já representam cerca de 38% da indústria europeia, e a procura continua a aumentar apesar do especialista garantir que isto não implica que “o hedge fund está morto, já que se espera que o seu património supere os 3.000 milhões de dólares em 2017”.

Em qualquer caso, a margem de crescimento que o especialista espera para o conjunto da indústria de produtos líquidos é enorme, prevendo que a “procura tanto em estratégias alternativas em formato UCITS, como em 40 Act alcance os 1,3 mil milhões de dólares em 2017”. O especialista prevê assim que se converta num fenómeno mais global, mas que ao mesmo tempo é mais limitado, já que estes produtos estão cada vez mais orientados para investidores institucionais. O responsável da Schroders GAIA estima que o tipo de estratégias alternativas mais procuradas no futuro seja mais long-short, tanto em obrigações, como em ações. O especialista acredita que estas opções vão “encher as medidas” dos investidores que procuram “uma proteção contra as quedas do mercado”.

Dreaneen detecta cinco tendências que vão determinar o futuro próximo do investimento alternativo em formato UCITS. A primeira é o lançamento de novos fundos long/short, long only e multimanager. A este respeito, o responsável afirma que “agora muitos hedge funds são mais conservadores”. A segunda tendência aparece do lado da procura, com os investidores a interessarem-se cada vez mais por produtos alternativos líquidos e em formato UCITS.

A terceira tendência está relacionada com a anterior: o crescimento de muitos dos hedge funds na Europa será em UCITS, apesar de também haver algum incremento em certas estratégias criadas pela regulação AIFMD, “especialmente as que não podem ser replicadas”. Neste momento a Schroders GAIA apenas conta com produtos UCITS. No entanto, o responsável da entidade já declarou que também gostaria de ter produtos AIFMD dirigidos a investidores americanos, apesar de garantir que neste momento a gestora não tem nenhum plano estabelecido a esse respeito.

A quarta tendência vem do lado dos preços, já que Dreaneen considera que “vai continuar a pressão sobre as comissões”. Por exemplo, a média das comissões de gestão dos hedge funds lançados em 2006 era de 1,6% e a comissão de êxito era de 18%, enquanto que em 2013 a média da comissão de gestão situou-se em 1,25% e a de êxito em 15%, o que demonstra que em geral as comissões baixaram nos últimos anos, uma tendência que se espera que continue.

Em último lugar, a quinta tendência refere-se às mudanças que a indústria alternativa vai viver como consequência das novas regulações, já que os gestores “deverão ver a sua situação atualizada com as novas regulações UCITS V e UCITS VI”, que afetam aspetos como a remuneração dos profissionais ou a elegibilidade de alguns ativos, respetivamente.