CBRE: Mercado imobiliário português regista valores bastantes positivos no primeiro trimestre do ano

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Cedida pela JLL

A Consultora Imobiliária Internacional CBRE faz um balanço do mercado do setor imobiliário português no primeiro trimestre de 2017. Destaca desde logo a “continuação de uma dinâmica muito positiva” neste mercado.

Na análise feita pelo departamento de Research da CBRE, apurou-se que "o investimento alcançado nos primeiros seis meses do ano e os ativos que estão e deverão entrar no mercado elevam as expectativas de fecho do ano para valores superiores a dois mil milhões de euros (uma subida de 50% face ao ano passado e um valor semelhante ao recorde atingido há dois anos)". Além disso, existe ainda "a possibilidade de ser atingido um novo recorde histórico, próximo dos três mil milhões de euros".

O investimento nacional teve um peso de 41% no número total de transações, não obstante representou apenas 10% do volume de investimento em imobiliário comercial. No segmento do mercado de escritórios, prevê-se "uma escassez de espaços de qualidade nos próximos dois anos, devido ao tempo demasiado longo para construir um novo edifício"

Cristina Arouca, diretora de research da CBRE, afirma que “os números globais do setor imobiliário português no primeiro semestre são francamente positivos, apresentando uma evolução para a qual contribuiu um cenário de confiança proveniente da trajetória de recuperação económica do país”.

Mercado de Investimento

O mercado de investimento imobiliário captou, no período em análise, mil milhões de euros para o país, um valor que se manteve praticamente estável com o verificado no período homólogo, e um total de 22 transações. Este valor de investimento foi conseguido devido à venda da empresa Logicor por parte da Blackstone, líder europeia no setor logístico. A transação, entre a China Investment Corporation, compreendeu um total de 16 propriedades em Portugal.

Para além disso, a venda de dois centros comerciais (Fórum Viseu e o Fórum Coimbra) constituíram outros negócios bastante relevantes neste período. Importa ainda referir a venda de um grande portefólio imobiliário por parte da Tranquilidade, composto por ativos de rendimento comercial, bem como por outros imóveis para reabilitação ou conversão noutros usos. Atualmente, verifica-se a existência de um volume significativo de ativos em negociação ou que deverão entrar em comercialização em breve.

No entanto, contrariamente às expectativas partilhadas no início do ano, numa altura em que as taxas de juro da dívida pública a 10 anos ultrapassaram os 4%, a CBRE evidencia uma compressão das taxas de rentabilidade (yield) no primeiro semestre.

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Ainda no que diz respeito ao investimento, mas em imóveis para promoção, continua a verificar-se a transação de diversos edifícios para reabilitação, principalmente em Lisboa e no Porto, destinados aos marcados residencial e turístico. Contudo, no primeiro semestre, a CBRE evidencia as primeiras transações deste ciclo imobiliário, de terrenos de grande dimensão para construção de projetos de raiz.

Ocupação

Semelhante ao mercado de investimento, o mercado de ocupação também registou níveis interessantes. No setor dos escritórios, foram ocupados em Lisboa quase 80 mil m2, entre janeiro e junho, uma área idêntica à registada no período homólogo de 2016 e acima da média semestral dos últimos 10 anos.