A consultora imobiliária CBRE, num recente estudo efetuado, demonstrou que o volume de investimento em Portugal deverá atingir 1.8 mil milhões de euros em 2016, o que configura “o segundo valor mais alto alguma vez registado em Portugal”.
Nos primeiros seis meses de 2016, o investimento no sector imobiliário teve um crescimento de 6% com operações no valor de 1.050 milhões de euros. Segundo a entidade “é previsível que o volume de investimento se mantenha sólido no segundo semestre do ano”.
O sector que registou o maior volume de investimentos – quase metade do total efetuado neste semestre – foi o sector do comércio, que segundo a mesma entidade, registou um volume de 510 milhões de euros. Os escritórios, por sua vez, representaram 38% do investimento. A CBRE lembra a este nível aquela que foi a maior operação de sempre do sector dos escritórios em Portugal: a compra por 223 milhões de euros do fundo Office Park Expo, constituído por 10 edifícios ocupados pelo Campus da Justiça de Lisboa e um supermercado, gerido até então pela Norfin.
A predominância dos investidores estrangeiros
O mesmo estudo permitiu à CBRE perceber que o investimento imobiliário continua a ser predominantemente de origem estrangeira, “representando 78% dos negócios efetuados e 98% do investimento total deste semestre”. Contrariamente ao que foi observado no ano passado, referem que o investimento estrangeiro é maioritariamente europeu, e não norte americano.
Para Cristina Arouca, Diretora de Research e Consultoria da CBRE, “o sentimento é de que o investimento irá continuar sólido no decorrer deste semestre, apesar de pairar um clima de incerteza. Atualmente existe um vasto portefólio de imóveis em comercialização, incluindo ativos core (de risco reduzido) e ativos oportunísticos (incluindo grandes portefólios de bancos), totalizando cerca de 750 milhões de euros. Estes negócios deverão estar concluídos até ao final do ano.”
De acordo com o estudo "Perspetiva Imobiliária" as yields prime diminuíram no primeiro semestre de 2016, em todas as zonas de escritórios e no sector industrial e logístico. Cristina Arouca acrescenta “as yields prime já se encontram abaixo dos níveis de 2007 e tendem agora a estabilizar gradualmente”.