Cair da folha faz-se sentir nos OICVM

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Jorge Viana Basto, Flickr, Creative Commons

A estação do outono e da queda da folha fez-se sentir entre os organismos de investimento coletivo em valores mobiliários (OICVM) que viram os seus montantes reduzidos no décimo mês do ano para 8.246 milhões de euros, segundo dados publicados recentemente pela CMVM.

Já os fundos de investimento alternativo (FIA) recuram 3,1% para 3.509 milhões de euros.

Mercado a encolher

O mês passado trouxe, ainda, muitas mudanças aos OICVM, tal como aconteceu no mês de setembro. Ocorreu uma fusão por incorporação num fundo gerido pela BBVA AM: o BBVA Monetário Curto Prazo incorporou-se no BBVA Cash. Já o produto BPI Alpha, gerido pela BPI Gestão de Activos, mudou a sua denominação para BPI Macro.

Em termos de liquidações, foram sete os produtos que “saíram de cena” durante o mês passado: cinco da Santander Asset Management (Santander Gestão Private Obrigações, Santander Gestão Private Prudente, Santander Gestão Private Equilibrado, Santander Gestão Private Acções e FEI Iberian Credit 2014) e ainda dois da Caixagest (Postal Tesouraria e Caixagest Super Memory).

Com estas modificações no mercado nacional, a CMVM contabiliza 216 fundos de investimento.

Alocação de ativos dos OICVM

As obrigações de emitentes estrangeiros continuam a ser o peso pesado (23,3% do total) das carteiras dos fundos portugueses. Apesar do valor das aplicações ter diminuído 1% no período em análise, manteve-se elevado, somando mais de 2.700 milhões de euros. Também as obrigações de emitentes nacionais sofreram um desinvestimento, menos 8,2%, para os 463,5 milhões de euros. 

No que toca a dívida pública temos sinais contrários, com os títulos portugueses a perderam terreno (menos 0,6% para os 223,5 milhões de euros) enquanto as emissões de outros Estados Soberanos alcançou os 958,5 milhões de euros, o que corresponde a uma subida de 5%. 

Do lado das ações, entre as cotadas portuguesas, o investimento ascende aos 275 milhões de euros, menos 9,7% do que no mês anterior. Entre as empresas favoritas, surge à cabeça o Banco BPI com cerca de 27,8 milhões de euros. A preferência pelo sector financeiro mantém-se e, na segunda posição, vem o Millennium BCP com 24,5 milhões de euros de investimento realizado por parte dos OICVM. A terceira posição é ocupada pela Sonae SGPS com 24,1 milhões de euros.

 

A maior subida, em termos percentuais, pertence aos CTT Correios de Portugal. Entre setembro e outubro a cotada liderada por Francisco de Lacerda subiu à quarta posição das preferências dos OICVM, com cerca de 23,8 milhões de euros, o que representa um crescimento acima de 20%. O top 5 é fechado com a Galp Energia, onde os OICVM têm investidos cerca de 20 milhões de euros.

Nota ainda para os títulos fora do mercado nacional, onde os gostos dos OICVM não mostram grandes mudanças, muito embora se tenha registado um decréscimo do investimento total: 3,8% no caso do mercado da União Europeia e 1,7% no segmento fora da UE.

No segmento da UE, a Total Efina continua a ser a preferência com quase 17 milhões de euros, seguido da Sanofi-Aventis e do BNP Paribas, com 12,1 e 11,8 milhões de euros, respetivamente.

Já fora da União Europeia, o gigante norte-americano Apple segue na liderança com mais de 10 milhões de euros, com as duas posições seguintes a pertenceram às farmacêuticas suíças Roche e Novartis.