Brasil atrai empresas suíças de 'private banking'

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Pedro Ferrer, Flickr, Creative Commons

As taxas de juro elevadas e as baixas comissões oferecidas pelas gestoras brasileiras a clientes de altos patrimónios são suficientemente atraentes para a maioria decidir deixar o seu dinheiro nas mãos de empresas locais.

O que atrai bancos privados internacionais ao Brasil é grande crescimento deste mercado. O sector bancário privado brasileiro tem activos sob gestão no valor de 214.000 milhões de dólares.

E só no período entre 2009 e 2011, os activos cresceram 50%, de acordo com um estudo da ANBIMA.

Na verdade, apenas 5% da riqueza dos milionários brasileiros está em empresas de 'private banking' no exterior, de acordo com João Albino Winkelmann, do Bradesco, segundo maior banco na América Latina. "Os brasileiros só enviam dinheiro para o exterior em tempos de instabilidade. Há 10 anos enviaram dinheiro como loucos. Mas agora trazem-no de volta. Não vejo que ninguém faça muito dinheiro num negócio 'offshore' com baixas taxas de sob um quadro regulamentar", disse Winkelmann à Bloomberg.

Em resposta, UBS, Credit Suisse e outros bancos suíços estão a desenvolver estratégias para alcançar este mercado. É expectável que o mercado de gestão de patrimónios na América Latina, 3.500 biliões de dólares, aumente mais de metade em 2016, de acordo com um estudo da Boston Consulting Group.

As medidas que foram tomadas

Para aproveitar esse crescimento na indústria de 'private banking' no Brasil, o UBS está em conversações com a empresa local Plural Múltiplo SA para comprar a unidade de gestão do BNP Paribas no país. De acordo com fontes contactadas pela Bloomberg, a operação seria no valor de aproximado de 50 milhões de dólares. No entanto, nenhuma das empresas comentou o assunto.

Por outro lado, o Credit Suisse aumentou, este ano, a participação na Hedging Griffo. uma empresa local que tem 45 mil milhões de reais sob gestão provenientes de clientes de altos patrimónios.

Estas duas empresas suíças, UBS e Credit Suisse, têm, no presente, cerca de oito escritórios na América Latina e identificaram Brasil e México como os principais mercados para o investimento futuro.

Por último, o Julius Baer comprou no ano passado 30% das acções da GPS Financeiros e Investimentos Participações SA, uma empresa local, cujo objectivo é tentar duplicar os activos sob gestão nos próximos cinco anos. O banco também está a posicionar-se no Uruguai, Chile e Panamá através da recente aquisição da unidade de 'wealth management' da Merrill Lynch.