Brasil: a derrapagem dos fundos multimercados

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crossa, Flickr, Creative Commons

Os fundos da categoria de multimercados são óptimos para os gestores diversificarem o seu portfólio, sobretudo devido à maior descorrelação do produto com o seu benchmark.

A consultora Luz Soluções Financeiras analisou o segmento dos multimercados e chegou a algumas conclusões.  Entre o início de 2008 e abril passado, a consultora brasileira analisou cerca de 7 mil produtos deste segmento, sendo que apenas 1,2% apresenta bons resultados ao nível do alfa e da consistência, durante pelo menos doze meses. É assim difícil encontrar um fundo que gere retornos acima da média e de forma consistente. De realçar ainda que a referência utilizada no estudo foi o Índice de Hedge Funds da Anbima (IH- FA), um índice de multimercados que exclui carteiras com volatilidade e património muito abaixo da mediana do mercado.

Para o responsável pelo estudo, Paulo Kon, “um ponto em comum entre esses gestores (entre os 1,2% dos mais de 7 mil produtos) é que é possível identificar que eles não se mostraram receosos em eventualmente desmontar a sua tese de investimento a fim de evitar perdas relevantes”.

O que mais chamou a atenção de Paulo Kon, foi a “concentração dos fundos do lado dos que geram retorno abaixo da média. “Os que se destacam negativamente acabam sendo muito mais numerosos do que os que se destacam positivamente”. Ainda assim “não é um convite a desistir dos multimercados”, continua Kon. O estudo mostra, também, que há gestores com alta capacidade de gerar ganhos de capital e, ao mesmo tempo, de preservar o património do cliente.