O BBVA Research dá conta da revisão negativa das previsões de crescimento de Portugal

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José Carlos Sousa, Flickr, Creative Commons

As mais recentes informações do BBVA Research indicam que no segundo trimestre de 2016 o crescimento da economia portuguesa não foi além dos 0,3% t/t “de  acordo com o esperado, cumprindo a expectativa de abrandamento do consumo privado e o impulso das exportações”.

Também para o terceiro trimestre, os dados disponíveis, segundo a mesma entidade, dão conta de que o crescimento se mantenha próximo dos 0,3%. “A falta de aceleração do ritmo de atividade, juntamente com o aumento da incerteza (Brexit), justificam uma revisão negativa das previsões de crescimento para 2016 e 2017 até 1,0% e 1,3% a/a, respetivamente”, pode ler-se no documento elaborado pelo Observatório Económico Portugal, do BBVA Research.

A procura interna foi um dos factores que contribuiu positivamente para o crescimento (0,2pp t/t, CVEC1), embora quatro décimas menos do que no primeiro trimestre do ano como consequência do abrandamento no consumo privado (ver gráfico 1). Este abrandamento, reportam, ficou refletido nos números correspondentes ao segundo trimestre de 2016 de indicadores como as vendas retalhistas, que caíram -1,0% t/t face ao crescimento de 3,6% t/t do primeiro trimestre de 2016.

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A componente do investimento também deixa margem para desilusão, não mostrando claros sinais de recuperação. “A melhoria observada no indicador de produção industrial (3,4% t/t no 2T16 após as quedas de -0,9% t/t em 1T16 e 4T15), não se refletiu noutros indicadores”, escrevem, referindo que “o inquérito de confiança industrial, voltou a elevar a sua tendência negativa entre abril e junho”.

Perspetivas para o 3.º trimestre do ano

Com pouco mais de 30% de informação disponível para o 3.º trimestre do ano, o modelo MICA BBVA apresenta estimativas sobre o crescimento trimestral do PIB de Portugal. Da entidade referem que “o crescimento trimestral do PIB de Portugal poderá estabilizar nas taxas próximas a 0,3%, embora com uma mudança na composição que prevê uma ligeira recuperação da procura privada e a inversão e um novo recuo no setor exterior”. Esta mudança, dizem no documento, “estaria baseada em parte nas melhorias observadas nos últimos meses quer nas vendas retalhistas (crescimento medio de 2,7% t/t entre junho e julho, perante o crescimento medio do 0,6% t/t do primeiro semestre), como no indicador de confiança de comércio a retalho”.

1Dados Corrigidos de Variação Estacional e Calendário (CVEC)