Bankinter em Portugal: Transição tranquila e uma oferta alargada

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Cedida

Depois de uma explicação “virtual” a investidores e analistas e da primeira conferência de imprensa dada em Madrid, foi a vez de María Dolores Dancausa, CEO do Bankinter, vir a Lisboa explicar quais os contornos da compra das áreas de retalho, banca privada e banca de empresas do Barclays em Portugal.

Numa conferência de imprensa com os jornalistas nacionais, que contou também com a presença de Gloria Ortiz, CFO do Bankinter, María Dolores Dancausa começou por referir que a compra das referidas operações do Barclays configuram “a primeira operação internacional do Bankinter”, tendo sido Portugal o país eleito para tal. Num discurso de confiança em relação ao nosso país, a responsável pela instituição lembrou que a economia portuguesa está a crescer ao ritmo da Zona Euro, apresentando um sector bancário em restruturação. Numa comparação com um momento semelhante atravessado no país vizinho, a CEO da instituição afirmou que “se conseguiram crescer num contexto idêntico em Espanha – difícil e de reestruturação da banca – também serão capazes de o fazer em Portugal”. A transação de compra das áreas do Barclays em Portugal “tiveram um impacto neutro e sustentável sobre o capital”, referiu ainda, atestando as semelhanças existentes no modelo de negócio de ambas as entidades. 

Note-se que atualmente o Barclays em Portugal apresenta uma quota de mercado de 5% na banca privada e de 6% no segmento affluent, sendo a meta do Bankinter atingir no futuro uma predominância de mercado de 10% em ambas as áreas. Neste sentido reforçou que se concentram claramente nas atividades mais rentáveis para o grupo, que passam pelos high net worth individuals, clientes affluent, e Mid-corporates, que igualmente no caso do Barclays já eram pontos importantes do negócio em Portugal.  No Luxemburgo, o Bankinter tem mesmo “um pequeno banco que presta serviços aos clientes private da entidade”.

Fazendo referência à rede de distribuição multicanal da entidade em Espanha, e do “valor proporcionado ao cliente” por essa via, a CEO da entidade, clarificou qual a quota de mercado que já têm no país em alguns segmentos. Por exemplo, em fundos de investimento a quota de mercado é de 4%, e em SICAVS chega aos 12%.

Gestora

Quanto à gestora de fundos local do Barclays em Portugal, Gloria Ortiz, CFO da entidade, confirmou que esta foi incluída na compra, mas que, por enquanto “continuará separada da Bankinter Gestión de Activos”, prosseguindo o Barclays – Wealth and Investment Management com a gestão dos seus produtos em separado (Barclays Life Path Income, Barclays Life Path 2020 e Barclays Life Path 2025).

No entanto, tal como acontece com os clientes do Bankinter em Espanha, em Portugal estes também “irão ter acesso a uma plataforma de “arquitetura aberta” e, por isso, os fundos do Barclays serão entendidos como “mais um produto de terceiros”. Na entidade espanhola 40% dos produtos distribuídos pertencem a entidades terceiras, explicaram ainda ambas as responsáveis. María Dolores reiterou também que o objetivo é que “os atuais clientes do Barclays - e que posteriormente serão do Bankinter – continuem a ter os mesmos produtos e serviços oferecidos pela entidade inglesa, adicionando-se depois alguns produtos disponibilizados pelo Bankinter que possam, claro, acrescentar valor”.