Aumentar o nível de risco – a tendência subjacente aos resgates em abril

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Andrea Pokrzywinski, Flickr, Creative Commons

O mês de abril acabou por não trazer quaisquer surpresas no que diz respeito aos resgates de investimentos em fundos. Três profissionais do ActivoBank, Banco Best e BiG analisam o mês em questão e revelam as estratégias que motivaram as saídas levadas a cabo pelos investidores.

Do lado do ActivoBank, à semelhança do mês passado, os investidores procuraram alternativas às soluções de dívida pública, em grande parte por estas se encontrarem “já um pouco esticadas”. Do outro lado do Atlântico, os investidores não viram com bons olhos a escalada de tensões nas ruas no Brasil, pelo que João Graça destaca “a saída de vários fundos de ações brasil” no mês em questão.

Quanto ao resgates registados no Banco BestRui Castro Pacheco, head of asset management, revela que no mês de abril os investidores têm vindo a retirar algum capital da componente de tesouraria, “para o realocar em estratégias com um pouco mais de risco”. Isto resulta, em grande parte, devido ao atual contexto de baixas taxas de juro em investimentos seguros, destaca o profissional.

Também do lado do BiG, os resgates registados “foram mais evidentes e pronunciados em produtos de curto-prazo/mercado monetário”, revela Isabel Soares, gestora de produto na entidade. Estas saídas revelam a crescente procura por risco, tendência que se manteve em abril. “A generalidade destes outflows acabam por ser realocados a soluções com maior potencial de rentabilidade (e, consequentemente, maiores níveis de risco)", acrescenta a gestora. Por outro lado, registaram-se saídas “em algumas soluções direcionais e mais específicas que poderão estar associadas a realização de mais-valias”, conclui Isabel Soares.