“As expectativas são de moderada aceleração do crescimento económico e algum incremento da inflação”

DSC_9051
Nuno Coimbra

A chegada de Trump à Casa Branca – e tudo o que isso representa – continua a ser uma das grandes incógnitas do próximo ano. Também o Banco Português de Gestão faz uma referência a esse factor. João Folque, diretor de mercado de capitais da entidade, refere precisamente que em 2017 esperam que “com Trump a assumir a presidência dos EUA, venham a ser tomadas nesse país uma série de medidas, nomeadamente na área fiscal e no investimento público, que estimulem o crescimento e a criação de mais emprego”. Contudo, deixa um aviso: “Essas mesmas medidas serão também geradoras de inflação, tornando-se chave para aferir a sustentabilidade do outlook económico, a evolução do indicador de produtividade”.

Na Zona Euro, por sua vez, o “BCE continuará a estimular as economias através do programa de QE, agora estendido até dezembro de 2017, esperando-se que ocorram reformas legislativas que permitam mais estímulos ao nível dos governos dos diferentes países”. No entanto enumera alguns factores de risco a monitorizar, nomeadamente “a negociação do Brexit, as eleições em França e na Alemanha, e também as mais que prováveis eleições legislativas na Itália”. Em termos económicos, e genericamente, pontualiza que “as expetativas são de moderada aceleração do crescimento económico e algum incremento da inflação”.

Positivos nas ações

Tendo em conta os já referidos estímulos que se podem esperar da administração de Trump, a entidade apresenta perspetivas mais positivas no que respeita às ações. Os maiores riscos, por outro lado, “poderão ser antecipados para a classe de obrigações  e em especial para a dívida pública, devido a um pick up esperado de inflação e algum steepening da curva de rendimento”. Por outro lado, nos EUA, acreditam que “Presidência Trump será positiva no curto prazo para os ativos norte americanos, em especial as ações, devido a uma expectável descida dos impostos para as empresas e uma ambiciosa política de investimento público nas infraestruturas de transportes”. As maiores apostas que pensam executar materializam-se nas ações norte-americanas, no high yield e nas commodities.

Ainda nesta recomendação sobre as ações, da entidade enfatizam o fundo Fidelity America Fund, que “investe em ações de empresas norte-americanas”, e que “historicamente tem um desempenho bom baixa volatilidade e indicadores de Sharpe e Information positivos”. É também um fundo Consistente e Blockbuster Funds People.

Nos principais desafios para o próximo ano, João Folque fala da “capacidade para responder positivamente ao cada vez mais exigente enquadramento regulatório por um lado e com a necessidade de demonstrar sustentabilidade na geração de alfa (valor acrescentado) aos seus clientes, por outro”. Fala da “ cada vez maior concorrência de produtos simples que com custos muito reduzidos mimetizam os índices de referência mais conhecidos e que por isso se tornam especialmente atrativos para clientes que apenas pretendam exposição aos mercados desenvolvidos”. Ao nível das oportunidades, destacam que “o atual cenário de taxas muito baixas a manter-se durante 2017 na Europa, irá continuar da parte dos clientes, a apetência por produtos , que embora tenham mais algum risco incorporado, prometem retornos mais elevados”.