Ambiente desinflacionista e enfraquecimento do dólar beneficia mercados emergentes

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Tuncay, Flickr, Creative Commons

O escalar da tensão entre a Coreia do Norte e os Estados Unidos é um dos assuntos na ordem do dia para os mercados em geral, e em especial nos mercados emergentes. Não obstante, o enfraquecimento do dólar parece ter vindo a beneficiar estes mercados. Posto isto, recorrendo às fichas mensais disponíveis até à data, vejamos de que forma terminou o mês de agosto para os mercados emergentes.

Ricardo Santos, gestor do fundo NB Mercados Emergentes, destaca o “ambiente desinflacionista nas várias regiões e uma fraqueza generalizada do dólar norte-americano”, que acaba por continuar a sustentar uma boa performance dos mercados emergentes. Quanto ao risco geopolítico, o gestor refere que “os mercados emergentes superaram largamente a performance dos mercados desenvolvidos, apesar do agravamento do ambiente geopolítico na península Coreana”. No que diz respeito a mercados em específico, o gestor destaca o bom desempenho do mercado russo e do mercado brasileiro, relacionado com “a rapidez da queda da inflação nestes dois países”, o que, segundo o gestor, permite aos bancos centrais continuar com o ciclo de cortes de taxas de juro.

De facto, o mercado brasileiro parece continuar o seu bom momento. Isto é notório nos produtos mais rentáveis do mês que, conforme demos conta, manteve dois produtos que investem neste mercado entre os mais rentáveis. Do lado da BPI Gestão de Activos, o gestor do BPI Brasil adianta que o mês de agosto foi positivo para o mercado brasileiro, uma vez que “o Ibovespa avançou 7,46% em moeda local e 6,3% em euros”. No mesmo sentido estiveram os dados macro, com a recuperação do PIB que esteve não só relacionada com a diminuição da taxa de desemprego, mas também com a recuperação da produção industrial e das vendas a retalho. Por fim, destaque para o anúncio de privatizações em vários sectores, “um desenvolvimento que animou o mercado”, revela o gestor.

O gestor do EuroBic Brasil, por sua vez, também destaca a divulgação do pacote que tem como objetivo a privatização de mais de 50 empresas, incluindo a Eletrobras e a Casa da Moeda, “o que teria o potencial de gerar mais de 40 mil milhões de reais para o Governo”. Quanto às perspetivas para o mês de setembro, “espera-se que a votação em definitivo da nova meta fiscal e a reunião do Copom leve ao corte da taxa Selic em 100 pontos base”, avança o gestor.